O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Anderson Torres foi ouvido, nesta quinta-feira (10), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para a CPI dos ataques anti-democráticos de 12 de dezembro e 8 de janeiro. Após longa espera, em depoimento, Torres afirmou que os atos terroristas ocorreram devido a má execução do Protocolo de Ações Integradas (PAI).
“Por mais violento que fosse, por mais preparados que os manifestantes estivessem, se o PAI tivesse sido cumprido à risca, eu posso afirmar que o dia 8 não teria sido daquela forma”, disse Torres. No período dos atos, o ex-secretário, suspeito de omissão, já estava fora do país.
Em relação a seu comportamento, Torres negou durante a comissão ter sido negligente por ter tirado férias dias antes das ações. Ele ressaltou que a pausa foi planejada com dois meses de antecedência, sendo as atividades passadas para o ex-secretário executivo da SSP-DF, Fernando de Souza Oliveira.
Mesmo com as alegações, Torres ficou preso por 117 dias no 19ª Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal na região do Guará. Além de sua atuação em dezembro e janeiro, a CPI também questionou a respeito da movimentação do QG do Exército, e investigações sobre a interferência nas eleições de 2022.
O depoimento, aguardado desde março deste ano, gerou discordâncias entre os deputados distritais que fazem parte da mesa diretora da CPI. O deputado Joaquim Roriz Neto (PL) nomeou o ex-secretário como um “bode expiatório” para os eventos, já o deputado Max Maciel (PSOL) reprovou a falta de designação de outras pessoas para assumir o cargo no decorrer das férias.