Festival ‘Giro Vegano’ começa nesta segunda-feira (16), em Brasília

Estabelecimentos inscritos comercializam receitas feitas especialmente para evento, com preço único de R$ 25. Veja prós e contras desse tipo de alimentação.

A partir desta segunda-feira (16), até o dia 19 de novembro, os moradores do Distrito Federal podem conhecer um pouco mais da culinária vegana com a primeira edição do “Festival Giro Vegano” 🌱.

Neste período, bares, restaurantes, feiras e cafeterias que participam do evento (veja detalhes mais abaixo), colocam nos cardápios duas receitas feitas especialmente para o festival, com preço único de R$ 25.

Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o veganismo é um movimento em que seus adeptos evitam, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, vestuário ou outras esferas do consumo.

Já o vegetarianismo é uma escolha alimentar na qual se tira os produtos de origem animal do cardápio.

O nutricionista Guilherme Falcão Mendes, professor da Universidade Católica de Brasília (UCB), explica que, assim como em qualquer outra dieta, há prós e contras na alimentação sem produtos de origem animal. Ao g1, ele respondeu algumas dúvidas que podem surgir sobre o tema. Veja a seguir:

Quem é vegano ou vegetariano tem melhores taxas sanguíneas?

Guilherme Falcão: Geralmente, uma dieta vegetariana, por ser usualmente rica em vegetais, é rica em fibras e bons carboidratos, o que costuma resultar no melhor controle dos níveis de açúcar e no controle do colesterol do sangue.

No controle do peso corporal também, porque é uma dieta com baixa densidade calorica. Dietas ricas em cereais, tubérculos, grãos, hortaliças e frutas usualmente têm menos calorias que alimentos processados e ultraprocessados.

Há também a riqueza de de nutrientes que a gente encontra no reino vegetal, como a vitamina C, o ácido fólico e composto bioativos como os polifenóis.

Pode haver deficiência de nutrientes em pessoas que não consomem alimentos de origem animal?

Guilherme Falcão: Alguns nutrientes que são mais frequentes e presentes no reino animal, como a vitamina B12, acabam sendo um fator limitante de uma dieta vegana ou vegetariana estrita. Então, é necessário a pessoa fazer uma suplementação periódica dessa vitamina, além de verificar os níveis desse nutriente no sangue.

Já os demais nutrientes não necessariamente haverá carência. Zinco, ferro e proteínas, por exemplo, você consegue obter no reino vegetal.

Pessoas vegetarianas e veganas precisam comer mais?

Guilherme Falcão: Pessoas que adotam esse tipo de dieta precisam comer refeições mais robustas , como almoço e jantar, com mais frequência. Então, por exemplo, o abandono do ato de jantar é um problema ainda maior para o vegetariano. Porque é no prato de comida que a gente vai encontrar mais nutrientes e uma variedade de aminoácidos maior de origem vegetal, ao combinar cereais e feijões, por exemplo.

Quem não come carne pode ficar fraco, pela falta de proteína?

Guilherme Falcão: Isso é um mito. Na verdade, hoje o que verificamos com alguma frequência no consultório são pessoas exagerando no consumo de proteína de origem animal. Então, por exemplo, a pessoa come grandes porções, de 300g a 400g de carne em um dia e acha que aquilo vai ser um benefício adicional, mas não necessariamente. Nosso corpo não tem capacidade de otimizar a utilização desses aminoácidos em funções biológicas imediatas, porque o corpo não consegue estocar aminoácidos. Assim, seu exagero pode provocar aumento dos níveis de ureia e ácido úrico, por exemplo.

Acaba que vegetarianos também têm uma uma probabilidade menor de sofrer sobrecarga dos rins ou do fígado. Então, exceto pela carência da vitamina B12 em vegetarianos estritos e veganos, os benefícios costumam ser maiores que os malefícios.

Festival Giro Vegano

Durante o festival Giro Vegano, além de degustar os pratos ou petiscos, o consumidor pode votar no que mais gostou. No dia 19 de novembro, as três melhores receitas serão divulgadas nas redes sociais do evento. A premiação é de R$ 4 mil (1º lugar), R$ 2,5 mil (2º lugar) e R$ 1,5 mil (3º lugar).

Segundo os organizadores do festival, também serão oferecidas ao público três palestras gratuitas:

  • 24 de outubro: “Aproveitamento de alimentos para receitas saudáveis”, com o gastrônomo Paulinho Lima;
  • 31 de outubro: “Churrasco Vegano”, com o o chef de cozinha e churrasqueiro Tonico Lichtsztejn;
  • 7 de novembro: “Cozinha Circunstancial e PANCs”, com a nutricionista, consultora e curadora gastronômica Neide Rigo.

Todas as palestras são às 19h, mediadas pela profissional de gastronomia Marta Liuzzi e com tradução simultânea em libras. A abertura de inscrições para as palestras serão anunciadas nas redes sociais do festival: @girovegano.

Fonte: G1

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