O relatório do Golpe: senadora Eliziane pede indiciamento de ex-presidente Jair Bolsonaro

A leitura do relatório da senadora Eliziane Gama na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro durou cerca de oito horas nesta terça-feira (17). De acordo com o documento de 1333 páginas, a ação foi planejada e orquestrada, com a manipulação de massas por meio de um discurso de ódio. O objetivo, segundo a parlamentar, seria dividir cada vez mais a população, com a tentativa de descredibilizar as instituições democráticas e o sistema eleitoral .

No texto, a senadora do PSD do Maranhão pediu 61 indiciamentos de indivíduos que estariam envolvidos nos ataques. Entre os nomes se destacam o do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e da parlamentar Carla Zambelli. Além dessas figuras, pessoas ligadas à cúpula de Bolsonaro também entraram na lista. São os casos do ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto; o ex-presidente de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República do Brasil, general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Confira a lista completa de indicados no link a seguir: 

A relatora da CPMI acredita que o que ocorreu no dia 8 de janeiro foi uma junção das ideias e ações propagadas pelo Bolsonarismo desde 2018. Em leitura do relatório com os titulares e suplentes da CPMI, Eliziane reforçou como a manipulação criou um efeito cascata.

“A democracia brasileira foi atacada: massas foram manipuladas com discurso de ódio; milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral; forças de segurança foram cooptadas”, leu Eliziane durante a apresentação do documento. Os crimes considerados para os ataques foram: 

  • Dano qualificado;
  • Explosão;
  • Incitação ao crime;
  • Associação criminosa;
  • Corrupção passiva;
  • Prevaricação;
  • Crimes contra o Estado de Democrático de Direito  (abolição e golpe de Estado);
  • Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural;
  • Impedimento ou embaraço ao exercício do sufrágio;
  • Divulgação de fatos inverídicos em relação a partidos ou candidatos, na propaganda ou período de campanha eleitoral. 

Em resposta ao relatório, a oposição da CPMI levantou votos contra as conclusões apresentadas por Eliziane.Deputados e senadores de oposição argumentaram que os acontecimentos do dia 8 de janeiro não se tratavam de um golpe de Estado e que outras figuras políticas, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deveriam ser indiciadas por omissão. Os oposicionistas apresentaram dois votos em separado apontando omissão do governo federal para impedir os ataques. Um pedido de vista transferiu a discussão e votação do relatório final para esta quarta-feira (18), a partir das 9h. 

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