A vida de Suellen Martins, de 37 anos, moradora do Distrito Federal, mudou completamente em 2014. À época, mãe de primeira viagem, ela deu à luz Eva, hoje com 9 anos.
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A bebê nasceu prematura, com 27 semanas, e precisou ficar internada durante três meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Sem poder ter contato direto com a filha, Suellen observava a neném de apenas 950g pelo vidro da incubadora (veja foto acima).
“Eu sentia um vazio enorme, não podia pegá-la no colo, a gente só tocava nos dedos dela. Ela só teve alta da UTI depois de 86 dias”, lembra Suellen.
Quatro anos depois do nascimento de Eva, em 2018, uma surpresa: Suellen estava grávida de outra menina e, apesar da felicidade, veio a apreensão. Ela conta que tem o útero em formato “de coração”, o que pode dificultar o crescimento fetal e, consequentemente, levar ao parto prematuro.
Elis, hoje com 4 anos (veja foto abaixo), nasceu com 31 semanas e ficou quatro meses internada. Apesar de ter nascido “maior” que a irmã Eva, Elis teve complicações na saúde, com convulsões constantes.
Suellen diz que a família chamava a incubadora de “caixa mágica”, e o termo acabou se incorporando ao dia a dia das meninas.
“Até hoje a gente fala pra elas que elas ficaram na caixa mágica, que os médicos faziam várias mágicas e elas iam engordando para poderem voltar pra casa”, lembra Suellen.
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A médica Gabriela Melara, pediatra neonatal da Maternidade Brasília, onde nasceu Eva, explica que todo parto com menos de 37 semanas de idade gestacional é considerado prematuro. Já o prematuro extremo é o bebê que nasce com menos de 28 semanas, como o caso de Eva.
“O bebê prematuro tem mais riscos de sequelas. Quanto mais prematuro, maior este risco. Recém-nascidos prematuros extremos exigem cuidados especiais de vigilância oftalmológica, pulmonar, audiológica, neurológica e metabólica”, diz a médica.
Da vida real para os quadrinhos
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Suellen, mãe de Eva e Elis, atua na ONG Prematuridade, organização pela prevenção do parto prematuro e pela garantia dos direitos dos bebês. As irmãs de Brasília inspiraram a criação de um gibi especial da Turma da Mônica, em parecia com o Instituto Maurício de Souza (veja foto acima).
Os quadrinhos contam a história do nascimento do pequeno Miguel, primo da Mônica, que nasceu antes do previsto. De forma didática e descontraída, o gibi explica o que é a prematuridade.
Gratidão
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Ao g1, Suellen conta que, para ela e o marido, as filhas são dois milagres. Ela diz que, nos partos das meninas, o maior aprendizado que teve é o de que deve se cuidar e estar bem, para que elas também fiquem bem.
“A gente tem que deixar no passado todo esse sofrimento e ressignificar. Mas, muitas vezes, não tem como a gente olhar pra elas e não lembrar do que passamos, do que elas passaram, na verdade. E é uma benção todos os dias, cada desenvolvimento é uma benção. Ver elas no balé, dançando, cantando e brincando juntas”, comemora Suellen.
Cuidados com bebês prematuros
A médica Gabriela Melara explica os cuidados que devem ser tomados com bebês prematuros:
- Em geral, os bebês ficam em uma incubadora aquecida, na chamada UTI neonatal, até adquirirem peso adequado e maturidade pulmonar, para uma respiração espontânea 👶;
- Depois disso, tem a fase de fonoterapia, quando o bebê inicia sucção ao seio materno. Uma vez que tem peso adequado e consegue mamar toda a dieta, o bebe recebe alta da UTI neonatal 🍼;
- Em seguida, o bebê vai para o alojamento conjunto, onde é avaliada a sucção e o ganho de peso adequado, juntamente com os pais. Uma vez estando aptos, os bebês podem ser liberados para casa, onde seguem sendo acompanhados por um pediatra 👩🍼.
Fonte: G1

