O feminicídio foi o tipo de crime que mais cresceu no Distrito Federal em 2023, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em comparação com 2022, as mortes de mulheres por questões relacionadas ao gênero dobraram, ou seja, um aumento de 100%.
Em 2022, foram contabilizados 17 casos e, no ano passado, 34 feminicídios ocorreram no Distrito Federal. Já as tentativas de feminicídio tiveram um aumento de 110% – o número passou de 37 para 78.
Em relação a outros crimes, a maioria registrou queda, conforme levantamento da SSP. Os homicídios, assaltos e furtos, por exemplo, caíram.
Criminalidade no Distrito Federal
Crime | 2022 | 2023 |
Homicídio | 275 | 259 |
Latrocínio | 18 | 18 |
Lesão corporal seguida de morte | 6 | 2 |
Roubo a transeunte | 16.656 | 12.697 |
Roubo de veículo | 1.554 | 1.295 |
Roubo em transporte coletivo | 652 | 453 |
Roubo em comércio | 628 | 526 |
Roubo em residência | 272 | 217 |
Furto em veículo | 7.893 | 7.156 |
Tentativa de homicídio | 595 | 652 |
Tentativa de latrocínio | 113 | 91 |
Estupro | 763 | 885 |
Furto a transeunte | 2.386 | 2.030 |
Perfil das vítimas de feminicídio no DF
O levantamento da Segurança Pública mostra que 67,6% das vítimas de feminicídio sofreram violência antes do crime. Além disso, 61,8% não haviam registrado ocorrência policial contra o suspeito.
- 67,6% dos crimes ocorreram dentro de casa
- 26% ocorreram em ruas, praças ou estacionamentos
- Como motivação, o ciúmes (44%) foi o que mais apareceu no levantamento, seguido por término de relacionamento (29%)
- 90,3% dos autores dos feminicídios registrados em 2023 tinham antecedentes criminais
- 85,3% das vítimas eram mães
Como denunciar a violência contra as mulheres?
A Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:
- Telefone 197
- Telefone 190
- E-mail: [email protected]
- Delegacia eletrônica
- Whatsapp: (61) 98626-1197
O DF tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer delegacia.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.
Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.
No Distrito Federal, ainda existe o Programa Violeta, que é focado no atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativa.
O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
A Secretaria de Justiça e Cidadania também tem canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Há, por exemplo, o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças.
O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos.
- Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212 - Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391 - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625 - Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Contato: 3190-5291 - Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: 180 - Centro Integrado 18 de Maio
Endereço: SHCS EQS 307/308
Telefone: (61) 2244 – 1512 e (61) 98314 – 0636 - Conselho Tutelar
Endereços: clique aqui e consulte
Telefone: 125
Fonte: G1 DF