Policial penal é suspeito de vazar dados de policial civil para grupo criminoso

Um policial penal do Distrito Federal, suspeito de vazar dados pessoais de um policial civil para uma organização criminosa, foi alvo de uma operação na manhã desta sexta-feira (16). O agente foi afastado provisoriamente da função pública. O afastamento deve ser cumprido por 90 dias.

Até o início do mês, o investigado exercia a função de diretor-adjunto do Centro de Detenção Provisória (CDP) II. Ele deixou o cargo no último dia 6 de fevereiro. No período em que o policial permanecer afastado, ele não pode acessar as dependências do sistema prisional do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o grupo que recebeu as informações destrói veículos para o recebimento de indenização de seguros.

Na manhã desta sexta-feira (16), foi cumprido um mandado de busca e apreensão na
casa do investigado, localizada no Jardins Mangueiral. A Polícia Penal do DF participou da diligência. Por determinação judicial, a PCDF recolheu as armas de fogo, carteira funcional e distintivo do suspeito.

O homem também é investigado por tentar beneficiar um dos líderes da organização criminosa, flexibilizando o cumprimento da sua prisão preventiva. As investigações do caso ficaram a cargo da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia).

Organização criminosa

A organização criminosa, beneficiada pelo policial penal, foi desarticulada em 18 de setembro de 2023, na chamada Operação Coiote, da PCDF, por intermédio da 18ª DP. As apurações apontaram que o grupo destruiu veículos para o recebimento de indenização de seguro.

Ao longo da investigação, foram detectados 12 acidentes forjados no Distrito Federal, ocorridos entre 2015 e 2022, com a destruição de 25 veículos.

Um dos acidentes simulados ocorreu em Brazlândia.Entre os integrantes da organização criminosa, havia um policial militar licenciado, um policial militar da ativa e uma advogada.

Investigações

Segundo as investigações, o policial penal afastado é amigo de um dos líderes da organização criminosa e, em outubro de 2023, acessou dados pessoais do policial civil responsável pelas investigações e repassou-os ao grupo.

Com essas informações, a organização mandou um sujeito até a casa do policial civil para intimidá-lo. Também ficou constatado que o policial penal tentou classificar o líder da organização criminosa para o trabalho interno no CDP II, antes do prazo de quarentena estabelecido. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) detectou o favorecimento e impediu a classificação. À época, o policial penal afastado era Diretor-Adjunto do CDP II, onde os líderes da organização criminosa cumprem pena.

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