Pesquisadores de uma universidade na Austrália estão combinando tecnologia e novas terapias para combater um problema que afeta pessoas no mundo inteiro: a insônia. Só no Brasil, mais de 70 milhões de pessoas sofrem na hora de dormir.
O estudo clínico com 30 participantes parece promissor. Eles passaram por uma bateria de testes para descobrir as causas da insônia e receberam tarefas para fazer em casa.
Priyanka, uma das participantes, recebeu um diagnóstico parecido com a de outra participante. Ela está com o ciclo circadiano alterado, causando insônia. Esse “relógio do nosso corpo” é muito sensível e pode sofrer com doenças, mudanças hormonais, viagens e até escalas de trabalho.
“Eles me deram esses óculos que deixam o entorno dos meus olhos bem iluminados e acho que isso vai ajudar porque parece que estou ao ar livre, debaixo do sol”, conta.
Essa tecnologia promete ajudar com um pequeno truque: com a luz, o cérebro acredita que ainda é dia, e vai regulando, dessa forma, a produção dos hormônios relacionados ao nosso ritmo biológico do sono.
Durante as oito semanas do teste, Priyanka usou o equipamento nos horários determinados, em cada caso. Com ele, a pesquisadora conseguiu regular o relógio circadiano.
Mas com Michael Mosley, participante que recebeu o mesmo diagnóstico, essa não foi a única terapia indicada. Os pesquisadores também restringiram os horários de sono, para que ele ficasse na cama por 5 ou 6 horas.
Essa mudança deveria fazer com que o organismo dele associasse o sono com o tempo que estivesse deitado. Os resultados aparecem já na segunda semana.
Outra participante, não conseguia dormir na cama. Na semana do diagnóstico, os pesquisadores descobriram que ela tem hipoventilação, por causa da obesidade e isso diminui os níveis de oxigênio no sangue.
“Eu não posso mais cozinhar durante o dia (…) e também tenho que dormir na cama. Eu quero muito que isso funcione”.
A mudança de hábitos e a troca da cama, por um modelo com ajuste elétrico de posição, deram resultado.
No caso de outros participantes, também são necessárias outras mudanças de comportamento, como ficar menos tempo na cama e diminuir o uso de celular e redes sociais, principalmente antes de dormir.
Os níveis de estresse também podem atrapalhar o sono. Por conta disso, um dos participantes da pesquisa recebeu a ajuda de psicólogos, para aprender a viver sob pressão e a valorizar os efeitos positivos de uma boa noite de sono.
Já participantes com apneia e que não se habituaram a usar o aparelho CPAP, têm como alternativa usar um outro tipo de aparelho que vai na boca.
Até o momento, os resultados desse estudo clínico foram considerados promissores pela equipe da universidade.
Os problemas identificados nos 30 participantes como insônia e apneia foram tratados com sucesso em 80% por cento dos casos, tudo isso sem remédios.
Fonte: G1