Falsa biomédica de Goiás tem prisão convertida em domiciliar pelo STF

Grazielly da Silva Barbosa está sendo investigada pela suposta morte por aplicações de PPMA em brasiliense, exercício ilegal da medicina e crimes contra o consumidor

Foto: Reprodução/Redes sociais

A dona da clínica de estética onde brasiliense fez aplicações irregulares de PPMA no glúteo e, dias após, morreu, Grazielly da Silva Barbosa, teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar. A mudança foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última quarta-feira (31). 

A decisão veio à tona após a defesa de Grazielly alegar ao STF que a prisão preventiva seria um dano para a sua filha de 9 anos, visto a separação por ser a única responsável pela criança. Além disso, os pais da cliente não possuem condições de cuidar da menina por estarem em tratamento contra o câncer.

O veredito de Moraes considerou os argumentos com base na nova alteração penal que abrange a prisão de mães:

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 

I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa; 

II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. 

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318- A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.

Até o momento, a criança estaria sob responsabilidade de uma tia da família. Grazielly, que se apresentava como biomédica, estava em prisão preventiva desde o dia 3 de julho. A sua clínica localizada em Goiânia (GO) também foi interditada pela Vigilância Sanitária do município. As investigações indicaram que a clínica não tinha alvará sanitário para funcionar. O caso continua em apuração pelas frentes de segurança. 

Grazielly está sendo investigada pelos crimes a seguir: 

  • Crimes contra o consumidor: executar serviço de alto perigo sem a devida qualificação ao se passar por biomédica, no qual, não possui formação;
  • Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica com fim de lucro;
  • Suposta ou provável lesão corporal seguida de morte.

Relembre o caso

Após realizar as aplicações na clínica de Grazielly no dia 23 de junho, a brasiliense Aline Maria Ferreira teria voltado a Brasília e passado uns dias bem. No entanto, apresentou complicações e precisou ser internada. Aline morreu depois de oito dias do procedimento na clínica da investigada. A partir do falecimento, as apurações do caso deram início em desfavor da dona do estabelecimento. 

TAGGED:
Compartilhe esta notícia