Cine Brasília: sob nova gestão, maior cinema de rua do país moderniza espaço e renova público

Espaço passou por reforma e reinaugurou programação há cerca de um ano. Ampliação do escopo de filmes e do número de sessões fez número de frequentadores disparar.

Foto: Agência Brasília/Reprodução

Reformado e reinaugurado há pouco mais de um ano, o último cinema de rua da capital federal – e o maior do país nesse formato –tem visto sua única sala de projeção, com mais de 600 poltronas, cada vez mais cheia.

Desde 2022, o Cine Brasília é gerido por uma parceria entre a Secretaria de Cultura do DF e a organização Box Cultural. Além de preservar o espaço, o novo modelo modernizou as instalações e definiu, como meta, reposicionar e manter o cinema como um equipamento cultural da capital.

Segundo a diretora-geral do cinema, Sara Rocha, a parceria já tem gerado frutos.

“O cinema está movimentado. O brasiliense voltou a frequentar o Cine Brasília. Na nossa primeira gestão, que foi de 18 meses, tivemos 91 mil pessoas na sala. Nessa segunda gestão, que já tem 12 meses, já tivemos um público de mais de 100 mil pessoas”, afirma.

Sara credita o sucesso à programação diversificada do cinema. “Nós tentamos equilibrar a programação. Hoje, contamos com 50% de filmes do cinema independente e 50% de filmes do circuito comercial”, explica.

“Isso foi um trabalho de reposicionamento e de aprendizado. Nós fomos amadurecendo a programação. Temos sessões especiais ao longo do mês, como a sessão monumental, o circuitão, as mostras de filmes internacionais, de cinema independente. O Cine Brasília é um equipamento vivo, que funciona diariamente. E, todos os dias, temos opções de filmes com esse equilíbrio de repertório”, diz Sara.

Segundo a diretora do cinema, o principal desafio é agradar a todos. Sede histórica do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o Cine Brasília esteve sempre atrelado ao cinema “de arte”, visto como uma opção aos campeões de bilheteria. Mas, para prosperar, precisa também atrair o grande público.

“Nós temos uma sala enorme. O maior desafio é acomodar a quantidade de solicitações de pautas. O ‘circuitão’, por exemplo, é uma sessão com um filme do circuito comercial, escolhida pelo opinião do público. Nós temos algumas faixas fixas, e vamos negociando o restante com as pautas, como cinema negro, LGBTQIA+, de produção de pessoas com deficiência e mostras especiais para escolas públicas”.

Carpete e poltronas podem ser trocados em breve

Cine Brasília já passou por alguns processos de melhorias estruturais desde que a parceria com a Box Cultural foi firmada.

A gigantesca sala de cinema teve o teto impermeabilizado, recebeu um projetor mais moderno e nova tela.

Há agora um projeto em andamento para trocar as poltronas e o carpete – onde centenas de espectadores se reúnem a cada semana, ou se amontoam nos dias de festival, para prestigiar os filmes.

“Estamos em fase final do projeto executivo e técnico. Existem ainda algumas etapas, mas temos uma perspectiva otimista de conseguir fazer essa troca em fevereiro do ano que vem”, afirma Sara Rocha.

Entre o legado e a modernidade

O secretário de Cultura do DF, Cláudio Abrantes, afirma que os projetos de reforma e revitalização do Cine Brasília levam em conta o conforto e as demandas do público – mas, assim como boa parte dos equipamentos públicos da capital, é preciso cuidar das características tombadas do prédio.

“As reformas devem assegurar a preservação de sua arquitetura, que é um dos marcos do modernismo brasileiro, para que o Cine Brasília continue sendo um ícone da cultura nacional”, afirma o secretário de Cultura do DF, Cláudio Abrantes.

Segundo o secretário, a importância do local vai além do seu valor arquitetônico.

“Desde sua inauguração, o cinema tem sido um ponto de encontro para cinéfilos e entusiastas da cultura, além de um símbolo de resistência cultural. Ao longo dos anos, foi palco do Festival de Brasília do cinema brasileiro, consolidando-se como uma referência para o cinema no país. O Cine Brasília também é a maior sala de cinema de rua do país em funcionamento, é um símbolo sem igual da nossa cultura do DF e do Brasil”, afirma.

Fonte: G1 DF

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