A Nigéria ofereceu ao candidato presidencial da oposição da Guiné-Bissau, Fernando Dias, proteção em sua embaixada na capital Bissau após um golpe militar, informou o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria nesta segunda-feira.

A oferta foi feita enquanto os líderes do bloco regional da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), liderados pelo presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, tentavam persuadir os oficiais militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau na semana passada a renunciar.
Em uma reunião nesta segunda-feira, durante a qual os ânimos se exaltaram e vozes foram levantadas, de acordo com uma testemunha da Reuters, as autoridades da Cedeao pediram aos militares que permitissem a proclamação dos resultados da disputada eleição presidencial do país.
“A Cedeao… exige a restauração da ordem constitucional, bem como a continuação e a conclusão lógica do processo eleitoral”, disse Timothy Musa Kabba, ministro das Relações Exteriores de Serra Leoa, após a reunião com os líderes militares.
“Quanto ao futuro da Guiné-Bissau, uma decisão será tomada durante a conferência (da Cedeao) de chefes de Estado e de governo, marcada para 14 de dezembro”, disse ele. A Cedeao advertiu que poderia impor sanções à Guiné-Bissau.
O presidente interino instalado por militares, o major-general Horta Inta-a, disse que o golpe foi necessário para evitar uma conspiração de “narcotraficantes” para “capturar a democracia guineense” e prometeu supervisionar uma transição que duraria um ano, com início imediato.
Proteção para Dias
Dias, um político relativamente novo de 47 anos, disse que estava no caminho certo para vencer a eleição presidencial de 23 de novembro antes do golpe militar na pequena nação da África Ocidental na semana passada.
A coalizão de oposição que apoia Dias denunciou o golpe como uma tentativa desesperada do presidente Umaro Sissoco Embaló e seus partidários de bloquear a proclamação dos resultados da eleição que confirmariam a derrota de Embaló.
Em um comunicado datado de 30 de novembro, o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria disse que o presidente Bola Tinubu havia aprovado um pedido de proteção a Dias em resposta a ameaças iminentes à sua vida.
Ele também pediu à força de estabilização da Cedeao que enviasse suas tropas ao país para manter Dias em segurança.
Os governantes militares da Guiné-Bissau proibiram protestos e greves à medida que aumentaram o controle sobre o poder.
O governo militar, que tomou o poder no que alguns líderes da África Ocidental chamaram de golpe “falso”, anunciou no final do domingo que todas as manifestações, greves e atividades consideradas como ameaças à paz e à estabilidade estavam proibidas.
Fonte: Agência Brasil

