Policiais civis do Distrito Federal descobriram um esquema que envolve golpes do empréstimo consignado. A quadrilha age em diversas regiões do país e fez vítimas em Brasília. Hoje, uma operação foi desencadeada no interior do Rio Grande do Sul, na cidade de Canoas.
São cumpridos 11 mandados judiciais, sendo 3 prisões temporárias, 5 buscas e apreensões e 3 sequestros de bens.
COMO FUNCIONA O ESQUEMA?
Os criminosos montam uma empresa de fachada, depois conseguiam efetivar contratos com grandes instituições financeiras para funcionarem como correspondentes bancários. Com o acesso a informação privilegiada não só dos próprios bancos, mas também adquirida na “darknet” descobriam dados pessoais de indivíduos que já possuíam empréstimos consignados. A partir daí, faziam contato via WhatsApp e passavam a oferecer a portabilidade desses créditos para outros bancos com taxas de juros reduzidas.
As vítimas eram iludidas pelas propostas, autorizavam a transação e repassavam seus dados e cópias de documentos aos criminosos. Os criminosos
contratavam a liberação de outros empréstimos consignados. Esses novos valores eram depositados na conta da vítima. A pessoa era induzida a pagar um boleto sob o pretexto de quitação do crédito original para manutenção apenas do novo empréstimo com taxas mais atrativas. Os criminosos, então, enviavam um boleto falso com os dados do Banco, mas o código de barras indicava a conta de “laranjas”.
Sem perceber, a vítima pagava o boleto pensando que está quitando o consignado original para portabilidade, quando, em verdade, está transferindo os valores dos novos empréstimos para a conta dos criminosos. Depois disso, os criminosos bloqueiam a vítima no WhatsApp que fica com duas dívidas: a original e as outras obtidas pelos criminosos.
Uma das vítimas do DF acabou com uma dívida de 200 mil, referente ao consignado original de 50 mil e outros dois feitos pelo grupo nos valores de 50 mil e 100 mil reais. Os descontos do empréstimo consignado são efetivados diretamente em folha de pagamento e as vítimas acabam com
sua própria subsistência comprometida, não conseguem cancelar o empréstimo no banco e se veem obrigadas a pagar algo que não contrataram.
A INVESTIGAÇÃO:
A PCDF foi capaz de georreferenciar a origem das mensagens. O grupo se localizava a mais de 2000 km do DF em Canoas/RS. Sempre escolhiam vítimas em outros estados, justamente para dificultar a investigação, enquanto que em sua cidade mantinham-se fora do radar da Polícia local. Em Canoas, possuíam uma sala alugada com funcionários onde ficavam o dia inteiro fazendo a “pescaria de vítimas” em todo território nacional.