Sete pessoas faziam parte da associação criminosa que agia há pelo menos dez meses. Segundo a Polícia Civil, o grupo era especializado em roubo e em extorsões, numa modalidade denominada sequestro do pix, e no decorrer dos meses, foi refinando o modo de atuação.
As vítimas eram, preferencialmente, homens e homossexuais. Os bandidos conheciam as vítimas em aplicativos de relacionamento e marcavam encontros amorosos que ocorriam em casas em Santa Maria, no Distrito Federal e no Novo Gama, em Goiás. O líder do esquema era quem marcava o encontro e rendia os jovens. Uma faca e uma arma de brinquedo eram utilizadas para ameaçar as pessoas A namorada de um dos envolvidos também participava da ação.
Os alvos do bando tinham a liberdade restringida e eram obrigados a fornecerem as senhas dos celulares e aplicativos bancários. Assim, eram feitas transferências, via pix, e também com a utilização de máquinas de cartões fornecidas por um dos comparsas. Os celulares eram repassados para um comerciante, também integrante do grupo. Esse integrante do esquema foi quem ensinou o líder a desabilitar o iCloud dos celulares Iphone.
Em alguns roubos, os veículos das vítimas também foram subtraídos. O líder do grupo, um homem de 26 anos, relatou aos investigadores que cometeu cerca de 40 roubos. Inicialmente, ele atraía as vítimas para a casa em que morava com a namorada. Depois, passou a alugar casas, por curtos períodos, utilizadas somente para o cometimento dos crimes. “Em nova fase dos crimes, a filha de um proprietário de imobiliária do entorno do DF, associou-se ao grupo para fornecer as chaves das casas que se encontravam para alugar na empresa do pai dela, mediante o recebimento de 10% das quantias subtraídas”, explicou o delegado Leandro Ritt.
Em dezembro de 2021, um sexto bandido passou a auxiliar nas abordagens que aconteciam nas residências. “O mentor dos crimes e líder do grupo mantinha o registro dos dados das vítimas, as quais recebiam ordens de relatar o crime de maneira diversa do ocorrido, quando do registro de ocorrência, o qual somente era feito quando ocorria a subtração do veículo”, destacou Ritt.
“Os valores subtraídos variavam, chegando em alguns casos a R$ 25 mil. O líder, durante seu interrogatório, afirmou que escolhia as vítimas que, preferencialmente, postavam fotografias com celulares iphone”, finaliza o delegado.
O sétimo envolvido, irmão do líder, era o responsável por vender os veículos roubados. Apesar da maioria das vítimas residirem no Distrito Federal, somente uma vítima registrou ocorrência policial, narrando os fatos de maneira diversa, o que dificultou o trabalho investigativo. Outras duas vítimas já foram identificadas no DF e algumas no Estado de Goiás.