A Polícia Civil do Distrito Federal — PCDF, deflagrou, na manhã desta terça-feira, 21, por intermédio da Corf, a Operação Looping 2. A ação visou desarticular grupo criminoso que, entre 2014 e 2020, falsificou e usou documentos falsos junto a cartórios no Distrito Federal, com a finalidade de se tornar proprietário de grandes fazendas em Goiás.
Na segunda fase de hoje, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelos juízes criminais de Taguatinga, Gama, Lago Sul, Vicente Pires, Águas Claras, SIG e Guará, e cidades do estado de Goiás: Goiânia, Padre Bernardo, Mimoso e Águas Lindas.
As investigações tiveram início em 2021, logo após a realização da primeira fase da Operação Looping, deflagrada pela Corf em janeiro deste ano, quando apurou-se que um grupo criminoso, composto por empresários, um advogado e um antigo tabelião do cartório de notas e registro civil de Limeira/MG falsificaram documentos, dentre eles uma certidão na Terracap, e invadiram uma área pública, dada como garantia de um empréstimo.
Apurou-se, ainda, que esse antigo tabelião foi afastado por irregularidades em 2015, fez outra procuração falsa, usada em 2016, em cartório do Distrito Federal, para transferir uma segunda fazenda, localizada em Mimoso/GO, pertencente a um espólio e avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões.
As investigações, em seguida, apontaram que o mesmo grupo lavrou uma terceira procuração, com uso de documentos falsos, em Dom Bosco/MG, para a lavratura de escritura de compra e venda falsa de uma terceira fazenda, também localizada em Mimoso/GO, avaliada em R$ 15 milhões, aproveitando-se do fato de os verdadeiros proprietários serem idosos e em grave estado de saúde.
“Os investigados, dentre eles empresários, um ceo de um escritório de advocacia, um antigo tabelião do cartório de Limeira/MG e um tabelião titular do cartório de notas e registro de imóveis de Mimoso/GO—esse último acumula, ilegalmente, o cargo de servidor público federal no DF— responderão pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, esbulho possessório e associação criminosa, destaca o coordenador da Corf/PCDF, delegado Wisllei Salomão.

