A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou, nesta sexta-feira (29), que 21 pessoas já tiveram resultado positivo para varíola dos macacos (monkeypox). Os diagnósticos foram feitos em laboratório da rede particular do DF e junto ao laboratório de referência nacional do Ministério da Saúde. Além desses, outros 70 tem suspeita da doença viral gerada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Vírus).
Ainda conforme a pasta, a vigilância epidemiológica trabalha no levantamento do perfil de todos os pacientes infectados e fornecerá as informações detalhadas na segunda-feira (1°).
Segundo o ministério da Saúde, um caso se torna suspeito quando o paciente, além de apresentar os sintomas, viajou para o exterior nos últimos 21 dias ou teve contato com alguém infectado. Para a confirmação, o exame laboratorial é indispensável.
A varíola, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tradicionalmente, tem a transmissão principal feita a partir do contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados.
Já a transmissão secundária fica a cargo do contato entre pessoas através de secreções infectadas pelas vias respiratórias, lesões na pele ou com objetos contaminados com fluidos e materiais da lesão. A infecção pode ocorrer também por gotículas respiratórias.
Os primeiros sintomas são identificados através da febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. Um ou três dias após o início dos sintomas, o paciente desenvolve lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e regiões genitais.
Comitê de emergência
Buscando combater o avanço da varíola dos macacos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal vai criar o Comitê Operacional de Emergências (COE) Monkeypox, com um grupo específico de servidores atuando no combate à doença.
O governo local trabalha no aperfeiçoamento do plano de contingência, que define inclusive a destinação de leitos para casos mais graves no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Além disso, as equipes do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) já estão em testes iniciais para detecção do vírus, com capacidade de realizar até 96 exames por semana.
A expectativa é de que a partir da próxima segunda-feira (1), os serviços de análise dos materiais coletados de pacientes suspeitos sejam iniciados. “A gente acredita que com isso vamos conseguir adiantar em pelo menos uma semana os resultados conclusivos”, explica o presidente do comitê e diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos. O Lacen-DF é o primeiro do Brasil a iniciar essa testagem.
Como se prevenir?
O primeiro passo é evitar o contato próximo com o infectado. Essa etapa deve persistir até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado. É importante também manter a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.
Até o momento não existe tratamento específico. Os quadros clínicos são quase sempre leves e é necessário o cuidado e a observação das lesões, ainda segundo a Opas.
Os casos mais graves são observados em pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.
Fonte: Jornal de Brasília