A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou a operação Transitus (travessia, em latim). Os agentes investigavam um grupo criminoso especializado na fabricação e uso de documentos falsos para obtenção de vistos em embaixadas e consulados no Distrito Federal.
A investigação teve início em julho deste ano, após uma prisão em flagrante por uso de documento falso. Na época, ficou constatado que os integrantes, que são moradores de Governador Valadares, em Minas Gerais, atraiam pessoas com a promessa de facilitação na obtenção de diversos vistos consulares. Eles forneciam documentação, hospedagem e transporte no Distrito Federal, além de orientações sobre como proceder em entrevistas. O grupo chegava a levar os candidatos até os serviços consulares.
O valor médio cobrado era de RS 80 mil por pessoa. Parte desse valor era pago aqui no Brasil e o restante, após a entrada da pessoa no país pretendido. Caso os criminosos não recebessem o valor integral, os criminosos ameaçavam os familiares que permaneciam no Brasil.
No dia 22 de Agosto, três integrantes da quadrilha foram presos, em flagrante, pelos crimes de associação criminosa, fabricação de documentos falsos e resistência. Dois dos suspeitos tinham mandados de prisão temporária em aberto. Outras sete pessoas foram autuadas, em flagrante, por uso de documento falso.
Na manhã desta quarta-feira (24), policiais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Governador Valadares, nas residências dos investigados.
Segundo a Polícia Civil, o grupo age no Brasil todo. Um dos integrantes da associação criminosa já foi preso em país estrangeiro por produção de passaportes falsos, e um outro por uso de documento falso em serviço consular no Rio de Janeiro.
Foram apreendidos aparelhos celulares, notebook, documentos, dois veículos, um deles de luxo. Desde o segundo semestre de 2021, a PCDF efetuou a prisão de 20 pessoas por falsificação e uso de documentos falsos em embaixadas.