Após o regaste de uma jovem de 16 anos que era mantida em cárcere privado em uma casa de prostituição no Setor Habitacional Sol Nascente, na última terça-feira (30), outras duas mulheres foram retiradas do local. As vítimas, de 16 e 23 anos, eram obrigadas a se prostituir em troca de alimentos e moradia. A primeira adolescente resgatada também alegou viver a mesma situação.
Segundo a Polícia Militar, todo o dinheiro arrecadado era direcionado para a dona da casa. Ela, possivelmente, utilizava os valores para manter o seu vício em drogas. A polícia, em nota oficial, informou que o Conselho Tutelar também foi acionado para auxiliar no caso. De acordo com testemunhas, a filha de 5 anos da responsável pela casa de prostuição já usava entorpecentes.
Os envolvidos foram encaminhados para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM II) de Ceilândia. A proprietária da casa foi autuada por cometer o crime de favorecimento à prostituição, exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável.
1ª denúncia: onde tudo começou
O estabelecimento foi descoberto depois que uma das adolescentes, em pedido de socorro, ligou para o 190 e relatou um falso roubo a coletivo para chamar a atenção dos policiais. O 10ª Batalhão ao receber o chamado, retornou a ligação. Depois desse contato, a jovem contou tudo o que aconteceu.
A proprietária, de 44 anos, percebeu o pedido de socorro, agrediu e expulsou a jovem e seu filho, de três anos de idade, da casa. Além disso, jogou os pertences da vítima na rua. No local, a polícia acolheu a vítima e prendeu a dona.
A jovem, que denunciou o caso à PMDF, disse que foi abordada pela mulher em uma praça quando estava mais vulnerável, pois tinha acabado de sair de casa devido aos abusos do padrasto. Diante da situação, a dona da casa ofereceu abrigo e comida. O que a adolescente não esperava é que seria forçada a se prostituir em troca de moradia.
Por Glenielle Alves sob supervisão de Larisse Neves.