Brigas, desentendimentos e fins de relacionamento. Esse virou um cenário comum no país com a chegada das eleições. O assunto “política” já era um tema desconfortável por conta das nossas crenças sobre o tema, e agora no último ano, virou um assunto quase que “inconversável” nas rodas de debate.
Assumir um lado nunca foi tão desafiador,já que isso passou a comprometer relações sociais, imagem e a própria segurança física. Passamos a nos incomodar extremamente quando outra pessoa toma uma decisão diferente da nossa. E para piorar, a internet passou a obrigar pessoas a se posicionarem sobre seu lado político, como se fosse algo obrigatório, com o objetivo de avaliar e validar votos alheios.
Sim, passamos a julgar pessoas pelo seu “lado” político. Passamos a esquecer que dois ou mais lados sempre existiram. A gente se esquece que por existirem vários lados, ideias brilhantes surgem e evoluem a nossa sociedade. Diferentes pontos de vista são capazes de criar soluções inteligentes. Existe valor na “diferença”.
A nossa capacidade de pensar, de analisar, de perceber e julgar as coisas é uma soma das nossas crenças familiares, sociais, culturais e econômicas. Para exemplificar, pense na sua árvore genealógica. Quantas pessoas estiveram envolvidas na sua formação desde criança? Quantas realidades, ciclos, histórias, traumas, princípios, valores e criações diferentes toda a sua geração passou e que reflete até hoje em você? E olha que nem estamos contando com a geração das outras pessoas que estão diretamente interligadas a você, como amigos, colegas e parceiros, que também acabam interferindo e influenciando nas suas decisões.
Consegue entender quantas coisas estão relacionadas na sua estrutura pessoal de pensamento, conhecimento, informação, personalidade e tantas outras coisas sobre você? Como forçar alguém a fazer as mesmas leituras que você se são pessoas completamente diferentes? Não é louco isso?
Não estamos aqui para promover uma discussão política, mas sim, para termos uma discussão saudável sobre nossos comportamentos diante a política que dificultam uma vida mais pacífica.
Muitas vezes, sem perceber, podemos ser nós mesmas as tóxicas do grupo. Listamos aqui alguns comportamentos desagradáveis orquestrados por pessoas que dizem “gostar de política” e a praticam de forma ofensiva:
- Desrespeitar uma outra pessoa por estar ao lado contrário do seu;
- Tentar forçar a mudança de opinião;
- Intimidar outras pessoas por terem opiniões diferentes;
- Ser agressiva ao ponto de constranger e humilhar outras pessoas;
- Espalhar mentiras e informações incorretas para manipular outras pessoas que possuem um nível de instrução menor;
Mas, que tal ser uma mulher inteligente e gente boa na política?
- Dar sua opinião, mostrando o motivo pelo qual acredita naquele ponto de vista;
- Ouvir a opinião do outro, entendendo o que há naquele pensamento tão diferente do seu;
- Não entrar em conflito quando houver conversas calorosas sobre o tema;
- Falar de um assunto sério, sendo leve e descontraída
- Deixar claro que seu relacionamento sempre estará seguro, por que isso transcende qualquer diferença de opinião;
Conversar sobre política é importante, pois é um assunto que define e norteia a nossa vida por muitos anos. Fazer boas escolhas também é importante! Mas isso depende exclusivamente das coisas que você acredita e das bandeiras que você levanta.
E é também graças a essas diferenças que a sociedade consegue evoluir em diversos campos, mesmo que a velocidade não seja aquela que gostaríamos, ainda mais quando trata-se de políticas relacionadas ao nosso universo feminino. Talvez, ao invés de discutirmos e brigarmos sobre quem está certo ou errado, pudéssemos nos preocupar mais com o fato de não estarmos em quantidade suficiente nos palcos políticos para defender nossos interesses.
Quem sabe, se treinarmos a nossa habilidade de sermos políticas em todos os nossos palcos da vida, possamos estar cada vez mais preparadas para os palcos políticos? Quem sabe nas próximas eleições, uma de nós poderá estar lá, dando um show de como ser uma mulher foda também na política? Eu acredito mesmo que o mundo poderia tomar um rumo muito diferente, de uma forma muito positiva, com a nossa presença por lá!
Até a próxima matéria!
Hisis Hortênia (QG Mulher)

