PSB-RS decide, por unanimidade, apoiar candidatura de Eduardo Leite

Enquanto o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda tenta consolidar a candidatura de seu vice para manter a gestão tucana no Estado, o presidente Jair Bolsonaro, recém-filiado ao PL, pode ter dois palanques gaúchos: o do próprio partido, com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o do Progressistas, com o senador Luiz Carlos Heinze. Derrotado nas prévias presidenciais do PSDB, Leite passa a se dedicar agora à costura de uma aliança que possa atrair outras legendas em torno da candidatura de Ranolfo Vieira Júnior. Eleito vice-governador pelo PTB, ele migrou para o PSDB este ano, após sua antiga sigla se aproximar do presidente Jair Bolsonaro. Leite reiterou ao Estadão que não vai disputar a reeleição, e admitiu a possibilidade de os tucanos negociarem uma coligação mesmo sem ter a cabeça de chapa. "Ranolfo é, sem dúvida nenhuma, um quadro qualificado, tem todas as condições de representar o nosso projeto, mas não se impõe automaticamente", afirmou. Hoje, o PP de Heinze é parte da base aliada ao tucano, mas o governador destacou que não há hipótese de apoiar um candidato alinhado ao projeto bolsonarista. Desde a redemocratização, o Rio Grande do Sul nunca elegeu o mesmo partido duas vezes para comandar o Estado em sequência. Assim como nenhum governador foi reeleito. LULA No polo à esquerda, o PT já lançou a pré-campanha de Edegar Pretto e o PSOL, do vereador de Porto Alegre Pedro Ruas. Isso pode dar também ao petista Luiz Inácio Lula da Silva palanque duplo no Estado, com apoio do PCdoB, aliado tradicional. Embora flerte com a campanha de Lula, o PSB pretende lançar candidato próprio ao governo. Nesse caso, o principal nome colocado é do ex-deputado federal Beto Albuquerque. No PDT de Ciro Gomes, a dor de cabeça é o Grêmio. Nas palavras do presidente do PDT gaúcho, Pompeo de Matos, o candidato ideal ao governo seria o presidente do clube, Romildo Bolzan Júnior, que, antes de presidir a equipe, já era político. Mas o fraco desempenho da equipe, que pode cair para a Série B neste ano, tem assombrado a imagem de bom gestor que Romildo tinha em 2018. Os pedetistas trabalham com o nome de Vieira da Cunha como plano B. SARTORI O MDB, partido que mais governou o Estado após a redemocratização, tem dificuldade na escolha do nome. Membros do partido querem que o ex-governador José Ivo Sartori seja candidato ao governo, mas ele tem sinalizado que não pretende concorrer ao cargo que ocupou entre 2015-2019, mas, sim, tentar uma vaga ao Senado. Presidente do partido no RS, o deputado federal Alceu Moreira afirmou que o MDB concorrerá, mas aceitou adiar a decisão para fevereiro. Caso Sartori não aceite concorrer ao governo, o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Gabriel Souza, é a alternativa colocada, ao lado de Moreira. Em 2018, Sartori garantiu o palanque para Bolsonaro no segundo turno e parte do MDB embarcou na campanha do atual presidente já no primeiro turno. Para 2022, o MDB diz que vai apoiar um candidato de centro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretório estadual do PSB no Rio Grande do Sul decidiu, nesta quarta-feira, 5, apoiar a candidatura de Eduardo Leite (PSDB) ao governo do Estado no segundo turno. “Não iremos compactuar com uma candidatura que representa o retrocesso e que fecha as portas para quem pensa diferente”, disse o presidente estadual da sigla, Mário Bruck, em crítica ao candidato apoiado pelo Planalto, Onyx Lorenzoni (PL).

“Por decisão unânime, anunciamos nosso total e irrestrito apoio à candidatura de Eduardo Leite, convictos de ser a melhor opção para mantermos o diálogo e a democracia”, informou Bruck nesta tarde, durante entrevista coletiva. Ainda, disse, o PSB “não tem nenhum condicionante” para o apoio.

No Estado, Leite enfrenta um impasse. Disputando contra um candidato governista, a declaração de voto do tucano na disputa nacional tem sido vista como um passo definidor no seu futuro político.

Leite teme que, se escolher apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode perder votos de eleitores conservadores No entanto, apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), como fez em 2018, também pode tirar votos do ex-governador e fortalecer a candidatura de Lorenzoni, que foi ex-ministro da Casa Civil e da Cidadania na gestão Bolsonaro.

Fonte: Estadão Conteúdo

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