O Azerbaijão vai fornecer eletricidade à União Europeia (UE) através de um novo cabo submarino, segundo um acordo assinado neste sábado (17) na Romênia e que visa diversificar os recursos do bloco após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Decidimos dar as costas aos combustíveis fósseis russos e recorrer aos nossos parceiros energéticos confiáveis”, explicou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, em Bucareste.
O enquadramento financeiro e técnico do acordo não foi especificado no comunicado publicado pelo presidente romeno, Klaus Iohannis, à margem de um encontro entre os diferentes signatários.
O projeto prevê que as obras comecem em setembro de 2023, sendo que a infraestrutura não entrará em serviço antes de 2029.
Com 1.195 km de extensão e imerso quase exclusivamente no Mar Negro, o cabo deve ligar o Azerbaijão à Hungria, passando por Geórgia e Romênia. Esses quatro países assinaram o acordo.
Romênia e Hungria, membros da UE, contam com o apoio da Comissão Europeia. “Estamos nos preparando para construir o cabo de energia submarino mais longo” até agora, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Desde a invasão da Ucrânia em fevereiro, a UE tem promovido colaborações estratégicas com vários Estados produtores para tentar reduzir sua dependência dos hidrocarbonetos russos.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, indicou que o projeto constitui uma “contribuição” do seu país para a “segurança energética europeia” e também “uma nova ponte entre a UE e o Azerbaijão”.
O cabo representa uma “nova rota cheia de oportunidades” para a Geórgia, “um país com destino europeu” que pode se tornar um “centro energético”, disse Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia acrescentou que a obra vai também “permitir fornecer eletricidade aos nossos vizinhos, como a Moldávia e a Ucrânia, contribuindo para a modernização do sistema energético ucraniano”.UE e Azerbaijão lançam projeto de cabo elétrico que evita a Rússia
O acordo abrange outras áreas de cooperação, como “novas tecnologias energéticas, produção de hidrogênio e expansão da infraestrutura de trânsito”, segundo um comunicado da Presidência romena.