O governo do Distrito Federal instituiu uma força-tarefa para propor políticas públicas de prevenção do feminicídio, proteção, acolhimento, e eliminação de formas de discriminação e violência contra a mulher na capital. O decreto foi pulicado nesta terça-feira (7), em edição extra do Diário Oficial do DF, e é assinado pela governadora em exercício Celina Leão (PP).
A coordenação-geral da equipe é responsabilidade da secretária da Mulher, Giselle Ferreira. A força-tarefa terá 45 dias para apresentar o relatório final, com as medidas a serem implementadas. Entre o primeiro dia do ano e esta quarta-feira (8), o DF registrou, pelo menos, cinco casos de feminicídio (veja detalhes abaixo).
A equipe técnica será formada por servidores dos seguinte órgãos:
- Secretaria de Estado da Mulher;
- Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania;
- Secretaria de Estado de Saúde;
- Secretaria de Estado de Educação;
- Secretaria de Estado de Comunicação;
- Secretaria de Estado de Segurança Pública;
- Secretaria de Estado da Família e Juventude;
- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social;
- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda;
- Defensoria Pública do Distrito Federal;
- Companhia Energética de Brasília
Cada órgão tem cinco dias para apresentar as indicações. De acordo com o decreto, por se tratar de prestação de serviço público relevante, as atividades desenvolvidas pelo grupo não necessitam de remuneração extra a já paga aos servidores selecionados.
O Ministério Público do DF (MPDFT), o Tribunal de Justiça (TJDFT), a Câmara Legislativa (CLDF) e a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) também estão convidados a participar da força-tarefa, de acordo com a medida.
Casos de feminicídio em 2023
Fernanda Letícia da Silva, de 27 anos, morreu após ser enforcada pelo namorado, em Ceilândia. Maxweel Lucas Rômulo Pereira, 32 anos, confessou o crime para parentes que também estavam na casa e fugiu. Ele se entregou à polícia no dia seguinte e foi preso.
Miriam Nunes, de 26 anos, foi encontrada morta com sinais de enforcamento em casa, em Ceilândia. Ela morava com o companheiro e a filha deles, recém-nascida. André Luiz Muniz é suspeito do crime e fugiu do local.
Jeane Sena da Cunha Santos, de 42 anos, foi morta dentro de casa, no Park Way. Depois de matar Jeane, o companheiro, João Inácio dos Santos, de 54 anos, se suicidou. Segundo a polícia, ele já tinha passagens por disparo de arma de fogo, violência doméstica e diversas desobediências à medidas protetivas.
Giovana Camilly Evaristo Carvalho, de 20 anos, foi morta com dois tiros no rosto pelo namorado, durante uma discussão, em Ceilândia. Wellington Rodrigues Ferreira, de 38 anos, chegou a fugir do local, mas foi localizado pela Polícia Militar momentos depois, sob forte influência de drogas.
Izabel Aparecida de Sousa, de 37 anos, morreu com um tiro no rosto, disparado pelo ex-companheiro Paulo Roberto Moreira Soares. O crime aconteceu em frente à filha do casal, de 8 anos. Paulo Roberto ficou foragido por dois dias, antes de se entregar à polícia.
Fonte: G1