A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou, nesta quarta-feira (26), a Operação Motoqueiro Fantasma. Durante a ação, foram cumpridos 26 Mandados de Prisão Preventiva e 37 Mandados de Busca e Apreensão, nas regiões de São Sebastião, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Itapoã. A operação também chegou a duas cidades do entorno do DF e aos estados de Minas Gerais e Bahia.
A operação foi deflagrada em razão do aumento significativo dos índices de subtração de motocicletas no Distrito Federal, comprovado por meio de levantamento realizado pela Divisão de Análise Técnica e Estatística, referente ao primeiro semestre de 2022. De acordo com os dados, nos últimos três anos, o furto de motocicletas alcançou 36% do total de furtos de veículos ocorridos em todo o DF.
Segundo as investigações, os crimes atingem as camadas econômicas mais desfavorecidas, geralmente motoboys, uma vez que os furtos estão relacionados a motocicletas de baixa cilindrada.


O delegado, Guilherme Melo, explica que esse tipo de crime afeta diretamente no aumento dos índices de insegurança da população e ainda contribuem para elevar o preço dos fretes dos serviços de entrega de produtos diversos cobrados em aplicativos.
As investigações demonstraram a existência de um grupo criminoso, sediado na região de São Sebastião, responsável por alimentar esse mercado criminoso. A quadrilha tem, pelo meno, 26 criminosos associados para furtar, adulterar, ocultar e revender motocicletas a receptadores do DF e dos estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais.
De acordo com o apurado, os integrantes do grupo furtaram pelo menos 31 motocicletas entre novembro de 2021 e abril de 2023. “As informações coletadas apontam que os criminosos atuam em diversos núcleos: operacional, administrativo e logístico e financeiro”, explica o delegado Guilherme Melo.
Verificou-se, ainda, que o grupo conta com a participação de diversos integrantes que se dividem em tarefas operacionais de furto e adulteração das motocicletas, e financeiras, voltadas para a venda das motocicletas a receptadores residentes em Minas Gerais e responsáveis pela revenda na Bahia e em Goiás.
“O transporte das motocicletas era realizado em pequenas caminhonetes, vans e até mesmo caminhões, obtidos pelo líder do grupo e pelo receptador principal, incumbidos de revender as motocicletas fora do DF”, finaliza Melo.


Esquema
Saiba mais como os núcleos do grupo criminoso atuava:
• Operacional: etapa em que os criminosos realizavam os crimes de furto das motocicletas. Eles eram praticados, preferencialmente, na área central de Brasília— Asa Sul e Norte, Sudoeste, Setores Hoteleiros e SIA— e nas regiões administrativas de São Sebastião, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Guará;
• Administrativo-Logística: etapa em que os criminosos realizam a ocultação, desmanche e adulteração das motocicletas. As motocicletas são levadas para chácaras, residências e esconderijos dos integrantes, onde têm o chassi e placa modificados, de modo a serem preparadas para a venda e entregues aos receptadores;
• Financeira: as motocicletas passam pelas transformações materiais e documentais para deixá-las aptas à venda. Aqui os principais integrantes recebem e repassam os pagamentos das motocicletas furtadas e repassam os valores por meio de contas bancárias de terceiros diretamente ligados a eles, visando dificultar o rastreamento da origem e destinação do lucro obtido.

