A Floresta Nacional de Brasília (Flona) comemora 24 anos neste sábado (10). Criada em 1999, a área é uma das unidades de conservação responsáveis pela sobrevivência das nascentes que irrigam a maior represa do Distrito Federal, o Descoberto, responsável por aproximadamente 70% do abastecimento de água do DF.
A 22 km do centro da capital, a área de visitação fica ao lado da BR 070, próximo à Taguatinga. Atualmente, a cobertura vegetal da Flona é constituída de talhões de eucaliptos e pinus, pastos abandonados e áreas em recuperação que dividem espaço com importantes amostras de vegetação de Cerrado. São matas de galeria, campos úmidos (veredas) e campos sujos, campo limpo, campo de murundus.
Com entrada gratuita, a área tem trilhas que podem ser feitas a pé ou de bicicleta. No local está a maior trilha de Mountain Bike sinalizada em uma unidade de conservação do país: o Circuito Flona (saiba mais abaixo).
As trilhas da Flona
São 48 km que cobrem todos os tipos de terrenos alternados entre um estradão de terra e single track, com trechos técnicos, subidas íngremes e descidas em velocidade, tudo em meio a belezas naturais do cerrado. Há também percursos de 5 km, 14 km, 21 km, 27 km e 32 km para quem visita a Flona de bicicleta.
Para quem prefere uma trilha a pé, a Flona tem um percurso de 44 km totalmente sinalizados. Com vários graus de dificuldade, há circuitos de 30 km, 20 km, 10 km e 5 km.
Redução da área da Floresta Nacional de Brasília
A Flona foi criada em 10 de junho de 1999, por um decreto presidencial. O objetivo era constituir um cinturão verde que assegurasse a preservação dos mananciais e do Parque Nacional de de Brasília.
No entanto, em setembro de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou um projeto de lei que reduziu em 40% a área da Floresta Nacional de Brasília . O decreto de criação previa que a floresta seria dividida em quatro áreas que, somadas, totalizavam 9.346,26 hectares.
Com a lei sancionada, a floresta passou a ter 5.640 hectares de área:
- Área I: passou de 3.353,18 hectares para 3.753 hectares
- Área II (Assentamento 26 de Setembro): passou de 996,47 hectares para 0
- Área III (Assentamento Maranata): passou de 3.071 hectares para 0
- Área IV: passou de 1.925,61 hectares para 1.887 hectares
A lei ainda ampliou a área I da Flona para que o trecho de proteção ambiental se estenda até as margens da rodovia BR-070. Já a área IV foi reduzida para regularizar os imóveis rurais na região que já possuem escrituração anterior a data de criação da Flona.
Leilão da Flona e do Parque Nacional de Brasília
A Floresta Nacional de Brasília (Flona) e o Parque Nacional de Brasília terão os serviços cedidos à iniciativa privada a partir de uma concessão. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o responsável pela operação.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o processo ainda está em fase de elaboração dos estudos técnicos. O projeto, depois de finalizado, passará por consulta pública e, depois dessa etapa, haverá o processo de licitação – ainda sem prazo definido.
O ato não significa a privatização dos parques, que permanecem públicos. A concessão é apenas dos serviços prestados dentro de cada área de conservação, como restaurantes, venda de ingressos e transporte interno.
“Isso significa que a empresa vencedora da licitação pagará um ‘aluguel’ pela utilização do espaço. O tempo também é limitado, e pode ou não ser renovado”, diz o ICMBio.
A justificativa é a necessidade de uma estrutura voltada ao ecoturismo.
Fonte: G1 DF