Acidentes com lagartas crescem 26% no DF; tipo de animal pode levar a casos graves

De janeiro a maio, 58 pessoas sofreram acidentes com lagartas no DF. Casos com Lonomia, que podem levar à morte, não foram registrados neste ano; em 2024, quatro ocorrências foram notificadas.

Foto: TV Globo/Arquivo

O número de acidentes com lagartas peçonhentas cresceu 26% no Distrito Federal em 2025. Entre janeiro e 4 de maio, a Secretaria de Saúde (SES-DF) notificou 58 casos, número que já supera o total registrado em todo o ano de 2024, quando foram 46 ocorrências.

Entre os casos registrados neste ano, nenhum envolveu lagartas do gênero lonomia (veja imagem abaixo), que são as únicas com relevância para a saúde pública segundo o Ministério da Saúde. Em 2024, no mesmo período, foram quatro ocorrências suspeitas com esse tipo específico de lagarta.

  • Lonomia: lagarta venenosa que pode causar hemorragias graves e até levar à morte. Os acidentes com Lonomia são tratados com soro específico 2.
  • Taturana-cachorrinho: lagarta por cerdas longas que escondem espinhos venenosos, pode provocar dor intensa e irritação na pele 2.

Lagartas do gênero Lonomia foram encontradas pela primeira vez no DF em 2018, em diferentes regiões administrativas (veja vídeo mais abaixo). Acidentes com o animal podem causar até hemorragia e insuficiência renal aguda, e provocar a morte na falta de um tratamento correto.

  • De acordo com a SES-DF, não houve registros de casos graves causados por Lonomia em 2024 e 2025;
  • No ano passado, dois acidentes foram classificados como moderados e exigiram o uso do soro antilonômico — medicamento capaz de neutralizar o veneno do animal;
  • Em 2025, não houve uso de soroterapia até o momento;
  • Nenhum óbito foi registrado em ambos os anos.

A secretaria alerta que muitos acidentes não têm a lagarta identificada com precisão, o que dificulta a contabilização específica de casos com Lonomia. Em geral, o atendimento é baseado no relato do paciente (veja recomendações ao ter contato com o animal mais abaixo).

Por que os acidentes aumentaram? 🐛

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, fatores como desmatamento, queimadas e uso excessivo de agrotóxicos contribuem para a migração das lagartas para áreas urbanas, especialmente árvores frutíferas como goiabeiras, nespereiras e abacateiros.

Além disso, as lagartas possuem uma coloração marrom e cerdas verde-musgo. Isso faz com que elas tenham uma camuflagem eficiente nos troncos das árvores. Essa característica dificulta a identificação e torna o contato acidental mais frequente, principalmente nas mãos e braços

Perigo da Lonomia

Lagarta lonomia obliqua — Foto: José Felipe Batista/Comunicação Butantan
Lagarta lonomia obliqua — Foto: José Felipe Batista/Comunicação Butantan

As Lonomias são conhecidas por causar queimaduras intensas e, em casos graves, hemorragias, lesões renais e até morte. Elas possuem cerdas em forma de espinhos que liberam toxinas ao menor contato com a pele — principalmente nos braços e mãos.

😷 O quadro clínico provocado pelo veneno é chamado de erucismo e inclui sintomas como:

  • Dor e queimação intensa
  • Inchaço, vermelhidão e até íngua
  • Em casos graves: sangramentoshematúria (sangue na urina) e vômito com sangue

⚠️ 💉 A espécie Lonomia exige atenção especial, pois pode causar, além das alterações no local do contato, mudança na coagulação do sangue, sangramentos na gengiva, urina e em outras regiões do corpo.

Em caso de acidente com esta espécie, é necessária a administração do Soro Antilonômico (SALon), fabricado pelo Instituto Butantan. No Distrito Federal, o soro está disponível no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), este último para casos pediátricos.

O que fazer em caso de contato com lagartas peçonhentas🏥

  • Lavar o local com água fria e sabão 🧼
  • Procurar imediatamente uma unidade básica de saúde 🏥
  • Se possível, tirar uma foto do animal para auxiliar na identificação e confirmação se o acidente foi ou não provocado por Lonomia 🤳
  • Acionar a Vigilância Ambiental pelo telefone 162 ☎

Como se prevenir

Para reduzir o risco de acidentes, os especialistas orientam:

  • Observar troncos, folhas roídas, pupas ou fezes no chão 🌿
  • Usar roupas compridas durante atividades em áreas verdes ou jardins 👖
  • Ficar atento a sinais de infestação nas árvores 🌳

Para dúvidas ou orientações sobre acidentes com animais peçonhentos, o Centro de Informações Toxicológicas (CIATox) atende pelos telefones:

  • 📞 0800 644 6774
  • 📞 0800 722 6001

Fonte: G1 DF

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