O ex-presidente do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Gonçalves Dias, foi ouvido na CPI contra os ataques antidemocráticos nesta quinta-feira (22). Ele afirmou, em seu depoimento, que não tinha conhecimento da movimentação que antecedeu o dia 8 de janeiro. Gonçalves reforçou que os dados recebidos do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) indicavam um esvaziamento da capital.
Segundo Gonçalves, os relatórios mostravam que estava “tudo tranquilo” na Capital Federal e, consequentemente, na Praça dos Três Poderes. O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), em análise às afirmações, constatou que o general estaria “alheio” a toda situação em que deveria estar ciente.
No relatório divulgado pelo Ricardo Cappelli, no período interventor no Distrito Federal (DF), apontou que a inteligência do DF estava ciente da circulação de atos em nome da “Tomada de Poder pelo Povo” com o objetivo de invadir o Congresso Nacional. De modo geral, Cappelli mostrou os seguintes tópicos abordados pela inteligência:
Em relação a segurança entre os dias 6,7 e 8 de janeiro, o general Gonçalves reforçou que teriam o efetivo de 133 homens disponíveis com o GSI. Além disso, apontou que teriam em prontidão três companhias de fuzileiros, 376 pessoas, caso precisassem. Na época, Gonçalves continuava como presidente do GSI após a transição de governo, que só renunciou ao cargo, no dia 19 de abril. Sua renúncia foi oficializada depois de imagens do general serem divulgadas pela CNN no momento do ataque.
Em nota, no mesmo dia da renúncia, o GSI explicou que as imagens se tratavam da tentativa de evacuar o quarto e terceiro piso do Palácio do Planalto a fim de que os vândalos fossem encaminhados para o segundo piso e, assim, serem presos pela Polícia Militar do Distrito Federal.
Além de Gonçalves, mais um nome foi indicado para prestar depoimento. Dessa vez, o ministro do Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino (PSB), recebeu um convite da CPI para explicações sobre os ataques. O convite partiu de um requerimento do deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL) nesta quinta-feira (22).