Ataque em Brasília: Interventor lança o relatório do dia 8 de janeiro

De acordo com Ricardo Cappelli, a análise apontou que houve uma escalada de acontecimentos que agravaram a depredação dos prédios dos Três Poderes

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O interventor federal do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, entregou nesta sexta-feira (27) o relatório que detalha a atuação das forças de segurança antes, durante e depois do ataque no dia 8 de janeiro. De acordo com Ricardo, a análise apontou que houve uma escalada de acontecimentos que agravaram a depredação dos prédios dos Três Poderes.Os indicativos é que tudo tenha começado desde a instalação do QG no Quartel do Exército até a falta de planejamento e presença das autoridades no local.

O documento reforça que há seis frentes de investigações para apurar: 

  • A conduta dos policiais militares que estavam conversando e tirando fotos no momento da invasão;
  • O envolvimentos dos ex-comandantes das forças nacionais e armadas;
  • O envolvimento de policiais no financiamento do QG;
  •  A conduta de um policial ao derrubar um vândalo no Supremo Tribunal Federal (STF);
  • A conduta dos policiais militares no qual recuaram facilitando o acesso de manifestantes ao STF;
  • A conduta dos policiais do choque. 

O levantamento mostrou que entre os dias 3 e 8 de janeiro o Departamento Operacional (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) liberou nove comandantes (1ª CPR, 3ªBPM , 5ªBPM,6ª BPM, 7ªBPM, 24ª BPM, 2ªCPR, CPME e  BPCHOQUE) estavam de “dispensa recompensa” ou férias. Além disso, nesse mesmo período, ocorreu a troca e exoneração do secretário executivo da Secretaria de  Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e o subsecretário da Inteligência. 

O ex-comandante da PMDF, Fábio Augusto, estava no local no momento dos ataques e chegou a ser atingido por um cone. Segundo Cappelli, apesar de ter a presença de Fábio, não havia o retorno de seus comandos. “Ele não tinha comando sobre quem deveria comandar”, afirmou o interventor com base nos fatos analisados no relatório. 

O ápice foi com a exoneração do, até então, secretário da SSP-DF indicado por Ibaneis Rocha (MDB), Anderson Torres. No dia 8 de janeiro, Anderson estava em uma viagem nos Estados Unidos mesmo não sendo seu período de férias. A medida foi tomada pelo próprio presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que instaurou uma intervenção federal com o auxílio de Ricardo Cappelli. 

As atividades do interventor só irão até a próxima terça-feira (31), limite estabelecido pela ordem do presidente. No entanto, Cappelli confirma que as investigações continuarão para identificar todos os envolvidos e esclarecer o ataque. “ Eu tenho absoluta confiança [nas equipes da PMDF e nos demais órgãos de segurança”, complementou. Até o momento, seis coronéis já foram exonerados com base nas investigações. 

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