Um dia a gente se olha no espelho e se acha a pessoa mais maravilhosa do mundo. A confiança e a segurança estão lá em cima e você consegue se sentir tão bem que é certeza que nada te abalará. Mas já em outros dias, é como se tudo aquilo que você sabia e afirmava sobre você mesma, simplesmente sumisse, sem ao menos deixar qualquer vestígio da sua passagem no nosso interior.
É engraçado, porque a mesma certeza de que somos algo, vira uma dúvida cruel, e que geralmente é causada pela influência de outras pessoas em nossa vida e fantasiada pela nossa mente como uma verdade absoluta. É um duelo constante de emoções.
É completamente normal essas nuances de sentimentos no nosso mundo feminino.
E é uma realidade que as mulheres sofrem um impacto maior e isso é comprovado de forma estatística quando o assunto é autoestima, isso porque ainda somos altamente impactadas com a ideia da “aceitação”.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Ideia com 663 voluntários, 20% das mulheres afirmaram sofrer com a baixa autoestima. Tudo bem que existem dias ensolarados, outros nublados ou até mesmo tempestuosos. A vida é cíclica e sabemos disso. Mas, entender o que causa essas “baixas” é super importante para evoluirmos e crescermos em todas as áreas e aspectos da nossa vida.
E o mais interessante é que nem sempre é evidente quem sofre ou não com uma baixa ou fragilizada autoestima. Conheço mulheres incríveis e muito bonitas, que sofrem problemas emocionais seríssimos com isso.
A grande reflexão que temos que fazer é: O que nos faz perder a nossa autoestima? Com qual frequência permitimos que a nossa autoestima seja retirada de nós? Para quem damos o poder de retirar a nossa autoestima? Algumas pessoas sofrem por terem a autoestima baixa. Outras, possuem a autoestima elevada, que é um problema também. Mas existe um quadro pouco falado, mas real, que são aquelas com a autoestima fragilizada. Nem alta, nem baixa. Frágil.
Mas, o que é autoestima frágil?
Geralmente, pessoas com a autoestima frágil, “aparentemente” possuem uma boa e equilibrada dose de autoestima, porém, qualquer impacto que abale essa crença, tudo vai ao chão em minutos.
Sofrem no escuro e se abatem muito com as impressões negativas de outras pessoas. Por isso, gastam muita energia nesse looping de elevar a autoestima que a qualquer momento pode decair novamente, caso todas as crenças que tem de si mesmo sejam contestadas.
Esse comportamento, segundo inúmeras pesquisas, é o resultado de histórias e vivências que tivemos na nossa infância e adolescência, afetando diretamente na forma como nos enxergamos, sentimos, nos comportamos e pensamos.
E agora, como é que vamos saber se sofremos dessa autoestima facilmente abalável?
Convido você a fazer um check-list comigo para que seu autoconhecimento se expanda nesse momento:
1 – Se você tem dificuldades de aceitar críticas de outras pessoas, pode ser um forte indício que você tem uma autoestima frágil. Isso porque, a não aceitação de uma crítica pode ser uma forma de proteger sua autoestima, já que essas críticas abalam fortemente as crenças de quem você é.
2 – O medo de ser rejeitado e excluído por outras pessoas também é um indício. A ideia das pessoas não gostarem de você ou se afastarem é amedrontador, pois a necessidade de aceitação é uma forma de confirmação da própria autoestima. Logo, se não existe a aceitação por conta de alguém, isso invalida tudo aquilo que você presume ser.
3 – Dificuldade de dizer não, pois está relacionado a necessidade de aceitação. Dizer não, pode causar o afastamento de algumas pessoas, e daí vem a dificuldade de dizer não, pois isso significa que pessoas podem passar a rejeitá-lo e a excluí-lo, caso você negue algum pedido ou algo para alguém.
4 – Mesmo que não pareça, são pessoas que precisam de reconhecimento constante para validar todas as crenças que tem de si mesmo. E se faz necessário o reconhecimento vindo de outras pessoas, porque sua própria avaliação nem sempre é suficiente para se reafirmar.
5 – São pessoas que se magoam facilmente. Ninguém pode enfrentá-la diretamente que isso já a deixa completamente desnorteada e sensível.
6 – A dependência emocional também faz parte dessas características. Geralmente, outras pessoas são colocadas como a base da sua existência e por isso dependem emocionalmente dessas pessoas. Precisam se sentir validadas por pessoas específicas para se afirmarem.
Doeu aí?
Se você conseguiu identificar que talvez a sua autoestima tenha uma certa fragilidade, não precisa ficar desanimada garota!
Tudo tem solução.
Esse autoconhecimento chegou para você no momento certo e agora temos a oportunidade de girar mais uma chave na nossa vida.
O mais importante você fez: identificou que há algo a ser revisto na forma como você se valida.
E agora, com a ajuda de pessoas de confiança e profissionais, você pode ressignificar todas essas mensagens mentais que fazem você se perder da luz do seu próprio caminho.
Não subestimar a importância dessa cura é importante, pois as sequelas emocionais podem vir com toda força em algum momento da vida. Por isso, cuidar de você sempre deve ser prioridade.
E como sugestão, procure momentos seguros para conversar com você mesma, para validar todos os seus acertos, atitudes e conduta que teve no dia a dia. Se ficar mais fácil, escreva no seu caderno da vida ou grave áudios afirmativos para que consiga ter acesso a esses pensamentos sempre que precisar de uma nova validação.
Seja você mesma sua melhor parceira nessa ressignificação, tá bom?
Hisis Hortênia (QG Mulher)