Brasileiro que integrava grupo internacional de golpes é extraditado para o DF

Reprodução

Um integrante de uma quadrilha internacional que aplicava golpes em brasileiros foi extraditado para o Brasil nesta quinta-feira (2). O criminoso morava em Portugal e vai cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. O homem tinha uma empresa laranja que ajudava na aplicação dos golpes. As vítimas eram atraídas por falsos investimentos na bolsa de valores, os chamados “Ghost-Brokers”.

O suspeito é brasileiro e criou uma empresa por onde o dinheiro chegava a Portugal via criptomoedas. Ele transformava o real em bitcoin para retirar o dinheiro do Brasil sem que o Banco Central percebesse.

A investigação é conduzida pela 9ª Delegacia de Polícia. Os investigadores conseguiram junto à 10ª Vara Criminal Federal de Brasília ordens de prisão preventiva e determinação de cumprimento internacional via difusão vermelha da Interpol. Como os criminosos estavam sediados em Lisboa (Portugal), os mandados de prisão foram cumpridos naquele país. Desde então, os presos aguardam os processos de extradição que correm em autos apartados intermediados pelo Ministério da Justiça (DRCI).

“Depois de quase 1 ano de investigação e muito trabalho, tivemos hoje a satisfação de recepcionar um dos criminosos já na saída do avião. Não conseguimos recuperar todos os ativos desviados das milhares de vítimas espalhadas por todo o Brasil, mas que pelo menos elas possam ter um pouco de paz e a satisfação de que algo foi feito. Os responsáveis não saíram ilesos”, declarou o delegado Erick Sallum.

A operação o Lobo de Wall Street revelou uma organização criminosa que, sediada em Portugal, fazia vítimas no Brasil por meio do golpe dos falsos investimentos na bolsa de valores (Ghost-Brokers). Houve vítimas que chegaram a perder mais de R$ 1 milhão, tiveram suas vidas pessoais arrasadas, se endividando para além de sua capacidade de pagamento e até hoje fazem tratamento psicológico pela profunda depressão.

“A epidemia de golpes está cada dia mais aguda e as pessoas precisam redobrar sua atenção. Jamais acreditem em promessas de rentabilidades milagrosas. Jamais se arrisquem em supostos investimentos ofertados por telefone e páginas na internet. Com as novas tecnologias envolvendo inteligências artificiais redobrem a cautela sempre que falarem por meios de aplicativos de mensageria como o WhatsApp e Telegram. Depois que o dinheiro é entregue aos criminosos, a recuperação é sempre complicada”, complementou o delegado.

Grupo criminoso

Durante a operação, o chefe da quadrilha tentou fugir de Portugal, mas foi capturado em Frankfurt, na Alemanha. Ele é da República Tcheca e está preso, aguardando a extradição. Outros integrantes do bando também esperam a extradição para o Brasil.

A polícia apurou que o tcheco, morador de Lisboa, montou um escritório de fachada em Portugal, registrado como empresa de publicidade. Contudo, a verdadeira atividade do negócio era vender falsos investimentos na bolsa de valores, por meio de empresas fantasmas de corretagem.

O call center da organização criminosa era distribuído em quatro sedes e empregava centenas de brasileiros, geralmente imigrantes ilegais. A contratação exclusiva desse público decorria, também, da necessidade de pessoas que falassem português fluente, pois o grupo assediava e buscava seus alvos apenas no Brasil.

Os contratados para trabalhar no escritório tinham a função de ligar para brasileiros e oferecer opções de investimento. Os investigadores verificaram que o grupo usava todo tipo de argumento para convencer as vítimas a entrar no mercado de valores e fazer aplicações que supostamente gerariam altas rentabilidades com garantia.

Vejam vídeos de encontros da organização:

TAGGED:
Compartilhe esta notícia