Uma passageira chilena foi detida no aeroporto de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, transportando frascos com células-tronco na última quinta-feira (5).
Segundo a Receita Federal, esse tipo de material só pode ser transportado com autorização da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso do produto de procedência duvidosa também pode trazer risco à saúde, conforme especialista .
No caso registrado no Paraná, a passageira disse aos fiscais da Receita que trabalha em um laboratório no Chile e que entregaria os frascos em um hotel de Foz do Iguaçu.
De acordo com a própria Anvisa, as células-tronco são capazes de “gerar cópias idênticas de si mesmas e de se diferenciar em diversos tipos de células”, podendo recompor tecidos danificados do corpo humano.
As células-tronco são classificadas como:
- embrionárias: encontradas no interior do embrião;
- adultas: presentes na medula óssea e no sangue de cordão umbilical e placentário, além de estar presente em outros órgãos e tecidos do corpo, como pele, pâncreas, fígado;
- pluripotentes induzidas: produzidas em laboratório.
Conforme Lygia Pereira, professora da Universidade Federal de São Paulo (USP) e conselheira da Sociedade Internacional de Pesquisa com Células-Tronco, a única terapia celular que usa o material de forma regulamentada e devidamente comprovada pela ciência, por enquanto, é o transplante de medula óssea.
“Transplante de medula óssea, a gente sabe que é um tipo de célula-tronco que a gente sabe e que é uma coisa mega regulamentada e para as doenças do sangue. Agora, qualquer outro uso ainda é experimental e só deve ser feito no âmbito de pesquisa aprovada pela Anvisa e Comitê de Ética em Pesquisa”, alerta.
A professora explica que o uso de células-tronco tem apresentado resultados promissores em animais, e que os testes passarão a ser feitos em maiores proporções em seres humanos, indicando um grande avanço científico.
No entanto, segundo a professora da USP, ainda não há um prazo para que os estudos em seres humanos tragam novos resultados. Deste modo, tais terapias são consideradas experimentais.
“Isso soa de uma charlatanice de gente vendendo tratamento de células-tronco, algo bizarro. […] Atualmente são usadas para pesquisa. Você não pode oferecer tratamento de células-tronco”, avalia a profissional sobre a apreensão no Paraná.
Fonte: G1