Creche do Sudoeste é alvo de buscas após denúncias de maus-tratos

O delegado da 3ªDP, Victor Dan, afirmou que a creche Casa Nanny estava repleta de baratas e funcionando de forma irregular

Depois de 22 ocorrências de maus-tratos contra crianças na Casa Nanny Baby Care, do Sudoeste, serem registradas, a creche foi alvo de buscas. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou, nesta quarta-feira (29), que a situação do local é insalubre. Na vistoria, a equipe da 3ªDP encontrou baratas em um forno utilizado para o preparo de refeições das crianças. 

Segundo o delegado responsável pelo caso, Victor Dan, o forno estava em um contêiner, indicando uma tentativa de obstrução de provas por parte dos responsáveis pela unidade. As apurações indicam que a presença de baratas era tão intensa que as crianças chamavam os insetos de “Nicole”. 

Além da higiene precária, a corporação constatou que o espaço chegou a ser interditado três vezes pela Vigilância Sanitária, no entanto, continuou a operar na irregularidade. Na última sexta-feira (24), o portal Atividades News ressaltou que o DF Legal aplicou uma multa de quase R$ 5 mil reais por mais um descumprimento. Em relação à unidade da Asa Sul, não houve o registro de pedidos de fiscalização. 

Denúncias

O caso da Casa Nanny veio à tona após uma série de intoxicações das vítimas de zero a quatro anos com sintomas de vômito, diarreia e febre. Em casos mais graves, houve o registro de internações. Um dos pais ouvidos pela equipe de reportagem, o advogado Kiko Omena, ressaltou que seu filho de 4 anos foi um dos afetados pela negligência do espaço. 

“O meu filho foi um dos poucos que, assim, a gente não chegou a levar para o hospital. Ele passou o dia vomitando muito, com náusea, diarreia e febre. Mas a gente ligou para o pediatra e ele passou a medicação”, detalhou o advogado. 

Apesar de as primeiras denúncias serem ligadas à intoxicação, a dentista Gabriela Bronzatto, que também deixava seu filho de 2 anos sob os cuidados da instituição, descobriu uma lesão no pé. Segundo Gabriela, no momento de buscar o pequeno, ele estava chorando bastante e mancando. A situação teria ocorrido no último dia 8 de maio. 

As justificativas que teriam sido dadas pela coordenadora eram de que se tratava do uso de sapatos apertados e um machucado pela criança ter prensado o pé entre duas cadeiras.

“No ortopedista, fiquei sabendo que ele estava com o osso fraturado […]. Me deixou claro que ele dificilmente fraturaria um osso do pé brincando, prensando o pé entre duas cadeiras”, afirmou a mãe. Esta não seria a primeira constatação de Gabriela com situações envolvendo o espaço. Ela definiu a gestão da Casa Nanny como “desumana”. 

As investigações envolvendo a Casa Nanny seguem em andamento pela PCDF. Até o momento, não há mais atualizações da ocorrência. Em relação à Casa Nanny, o portal Atividade News tentou contato com a instituição a fim de saber sobre as apurações, porém não teve retorno. No que tange às intoxicações, na última nota oficial lançada, a creche alegou ter realizado um teste em laboratório para comprovar a “ausência de contaminação dos alimentos” no dia 17 de maio.

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