Nesta quarta-feira (31), quatro homens, com idades entre 25 e 42 anos, foram presos numa ação realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal ( PCDF) e pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). Os dois órgãos de Segurança Pública deflagraram a Operação Majestic. Foram cumpridos ainda seis ordens de busca e apreensão. Os criminosos são suspeitos de integrarem uma associação criminosa especializada na prática de crimes de furto mediante fraude. As ordens judiciais foram cumpridas na Zona Oeste e Norte da cidade do Rio de Janeiro e também na Região dos Lagos, no interior do estado.
Todos os envolvidos são oriundos do Estado do Rio de Janeiro. As investigações foram iniciadas, no mês de julho deste ano, após uma moradora do Lago Sul, de 82 anos, ter sido vítima do “Golpe do Motoboy” com um prejuízo no valor de R$ 15 mil.
Segundo a PCDF, em apenas cinco dias no mês passado, os criminosos fizeram, ao menos, outras quatro vítimas no Distrito Federal, o que gerou um prejuízo de R$ 200 mil. Nos últimos oito meses, os criminosos movimentaram cerca de R$ 1,8 milhão apenas em uma das maquininhas de cartão utilizadas para a realização de transações com os cartões bancários das vítimas.
Nas redes sociais, os integrantes ostentam um alto padrão de vida, com fotografias de viagens para destinos nacionais e internacionais, com hospedagem em hotéis de luxo.
O “Golpe do Motoboy”
O golpe tem como principal instrumento o emprego de “engenharia social”, que consiste na manipulação psicológica da vítima, para que ela forneça aos criminosos informações confidenciais, como senhas e números de cartões.
Embora existam algumas variações, a fraude, em regra, tem início com uma simples ligação. Os criminosos ligam para as vítimas, na maioria idosos, se passando por funcionários da central de segurança do banco e solicitam a confirmação de uma compra suspeita – que nunca existiu – realizada no cartão de crédito. A vítima diz não reconhecer o gasto e os fraudadores afirmam que o cartão foi, provavelmente, clonado. Em seguida, a orientação é entrar em contato com a operadora do cartão, para que seja efetuado o bloqueio.
Os golpistas, então, permanecem na linha e a vítima, ao discar o 0800 da central de atendimento da operadora de cartão, é atendida pelos próprios criminosos, que permaneceram na linha. A pessoa é orientada a fornecer a senha do seu cartão, para fins de bloqueio, e informada que um funcionário do banco irá até a sua residência efetuar a coleta do cartão, para fins de perícia.
Em prosseguimento, o suposto funcionário vai até a casa da vítima. Geralmente um “motoboy” efetua a coleta do cartão e, a partir daí, com o cartão e senha em mãos, são efetuadas transações financeiras com o uso do cartão da vítima, utilizando maquinetas de cartão cadastradas no CNPJ de empresas de fachada, ou no CPF de “laranjas”, dificultando, assim, a identificação dos autores e conferindo aparente legalidade aos valores auferidos com a prática criminosa.