O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou à Justiça, nesta sexta-feira (5), uma nova denúncia contra o ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, acusado de perseguir ex-amante. O documento reforça o pedido de cassação da aposentadoria de Cândido e aumenta para R$ 70 mil a indenização para a vítima, por danos morais, emocionais e materiais.
A denúncia também pede novamente a perda de função pública do delegado Thiago Peralva, afastado pela justiça do DF por suposto envolvimento no caso. O documento afirma que Peralva teria inserido o número da ex-amante de Cândido em uma interceptação telefônica para monitorar a localização dela e fazer ameaças. O g1 tenta contato com a defesa dos citados.
Além destas solicitações, a denúncia do MPDFT traz novos destaques sobre o caso de perseguição de Robson Cândido à ex-amante. Confira abaixo os pontos principais:
- O número da vítima foi colocado para ser monitorado em duas operações da PCDF sem autorização judicial. Anteriormente, as provas indicavam que o telefone da mulher estaria somente sendo monitorado por uma investigação sobre tráfico de drogas.
- Nas ameaças feitas ao emprego da vítima, novas falas de Robson Cândido foram anexadas ao documento como: “você está ligada que se eu arrumar outro namorado eu tiro o seu emprego, né?”, “se você me deixar, tiro seu emprego e você vai ter que se prostituir” e “se você não ficar comigo também não vou te deixar na vida boa, ganhando dez mil reais por mês”.
- Mesmo com a medida protetiva para não se aproximar da vítima, em alguns momentos, Robson Cândido mandou mensagens e ainda usou o sistema Vigia da PCDF.
- Cândido usou três viaturas policiais para cometer o crime de perseguição contra a vítima.
Cândido deixou a direção da PCDF em outubro do ano passado, após ser acusado de crimes relacionados à Lei Maria da Penha. No dia 4 de novembro, o ex-diretor-geral da PCDF foi preso.
No dia 27 de novembro, Cândido foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por uso indevido da máquina pública. Em 29 de novembro, a Justiça do DF mandou soltá-lo.
O ex-chefe da Polícia Civil do DF já era réu em uma ação que investiga outros 6 crimes:
- Stalking (perseguição);
- Violência psicológica;
- Descumprimento de medida protetiva de urgência (ele estava obrigado, pela Justiça, a ficar longe da ex-amante);
- Peculato;
- Participação em corrupção passiva;
- Participação em interceptação telemática ilegal e violação de sigilo funcional.
Perseguição de ex-amante
A denúncia do Ministério Público que acusa o ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal Robson Cândido de cometer ao menos sete crimes contra a ex-amante contém uma série de provas, como vídeos, arquivos de áudio e de imagens. O material, obtido pela Globo News, mostra que Cândido usou a estrutura da PCDF para praticar os crimes de stalking e de violência psicológica contra a vítima.
Além de Cândido, o ex-delegado da 19ª Delegacia de Polícia, de Ceilândia, Thiago Peralva também é investigado. Ele chegou a ser preso e também foi liberado mediante uso de tornozeleira eletrônica. Os dois teriam se unido para cometer os crimes em contexto de violência doméstica e familiar e também contra a administração pública.
Fonte: G1 DF