Festival de Brasília debate políticas públicas para o audiovisual

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) já é tradicionalmente conhecido por ser um espaço de promoção do diálogo, de importantes trocas e aprendizados e discussões sobre o setor do audiovisual no país. Nesta quinta-feira (17), quarto dia da 55ª edição do evento realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) com a organização da sociedade civil Amigos do Futuro, foram debatidas políticas públicas para o setor.

Ao longo da semana, a 1ª Conferência Nacional de Cinema promoveu três encontros: Reconstrução do cinema brasileiro, Desvendando a Lei Paulo Gustavo e Recuperação do setor audiovisual e políticas públicas. Este último, realizado na quinta, reuniu o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, o secretário de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretarias Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha, e o ex-ministro da Cultura e atual integrante do grupo técnico da Cultura no governo de transição, Juca Ferreira.

Reestruturação

Com mediação de Cíntia Bittar, da diretoria da Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro (API), o encontro apresentou diagnósticos sobre o que vem sendo promovido para a estruturação do setor audiovisual, nos âmbitos dos governos federal, estadual e distrital. Os gestores destacaram os desafios enfrentados nos últimos anos, tanto por causa do enfraquecimento de políticas públicas já anteriormente estabelecidas – como as leis de incentivo e o fim do Ministério da Cultura – quanto em função de dificuldades decorrentes da pandemia.

“Na área do cinema foi um baque tremendo”, afirmou Bartolomeu Rodrigues. “Antigamente, os projetos de apoio eram feitos em entendimento com Fundo Setorial do Audiovisual, e a contrapartida era bem interessante para os produtores que concorriam aos editais do FAC [Fundo de Apoio à Cultura do DF]. Mas nós perdemos essa parceria, passamos a sofrer com desafios como administrar os recursos, como atender a cadeia da cultura e o setor do audiovisual. Não foi como eu gostaria que fosse ou como o setor merece, mas houve um esforço muito grande que resultou em investimentos maciços.”

Diálogo ampliado

Na última edição do FAC, lembrou o secretário, foi possível incentivar 27 longas-metragens, além de 35 curtas. “Muitos estados, como a gente tem observado, não tiveram condições de oferecer isso”, disse o titular da Secec. “Estamos esperançosos de um diálogo produtivo com o novo governo eleito, e um desafio importante que é a discussão da Lei Paulo Gustavo”.

Já Juca Ferreira informou que o Ministério da Cultura será recomposto e recriado. “Precisamos reconstituir uma base de coesão nacional, com todas as parcelas da sociedade, negros, mulheres, indígenas, comunidade LGBTQI+, e em todas as regiões do Brasil”, declarou, sob aplausos. 

Representantes de diversas entidades – como Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), Conesão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Conne) e Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) – apresentaram solicitações de seus setores e encontraram receptividade dos gestores reunidos. “As portas da Secec estarão sempre abertas para receber a classe da cultura e o setor cinematográfico”, concluiu o secretário de Cultura e Economia Criativa.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Fonte: Agência Brasília

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