Filho de Viih Tube e Eliezer, Ravi Di Felice, recebeu alta do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no último sábado, 14, após cerca de 20 dias internado, sem que a família divulgasse o real diagnóstico do bebê: uma enterocolite.
Somente no dia em que voltou para casa, a assessoria de imprensa do hospital emitiu boletim médico revelando que o garotinho deu entrada na unidade de saúde com a enfermidade que acomete o trato digestivo.
Eliezer chegou a contar que o pouco que sabiam era que Ravi havia tido uma inflamação ocasionada por um quadro de hemorragia, mas não deu detalhes do diagnóstico.
Em entrevista ao site IstoÉ Gente, o coloproctologista *Alexandre Nishimura, especialista em Coloproctologia no Hospital dos Servidores Públicos Estaduais de São Paulo e Hospital Israelita Albert Einstein – que atua na Clínica Procto Prime -, explicou que enterocolite é uma inflamação no intestino delgado (íleo) e o cólon (intestino grosso).
“Normalmente pode ser causada por infecções, alterações na flora intestinal ou doenças subjacentes. É caracterizada por sintomas como: diarreia, dor abdominal, febre e, em casos graves, presença de sangue nas fezes. Existem diferentes tipos de enterocolite, como a enterocolite necrosante, comum em recém-nascidos. O diagnóstico é feito por exames clínicos e laboratoriais”, declarou.
O que a enterocolite causa?
Segundo o especialista, as causas são diferentes. Pode ser por infecções bacterianas (Salmonella, E. coli), virais (rotavírus), parasitárias e uso excessivo de antibióticos.
“Alergias alimentares, doenças inflamatórias intestinais e isquemia intestinal também podem desencadeá-la. Em bebês, a enterocolite necrosante está associada à imaturidade intestinal e à alimentação enteral precoce. Alterações na microbiota intestinal podem agravar a inflamação. Fatores ambientais e genéticos também podem influenciar o surgimento”, complementa.
Diferença entre colite e enterocolite?
A colite é uma inflamação restrita ao cólon (intestino grosso), enquanto a enterocolite envolve tanto o cólon quanto o intestino delgado.
Enquanto a colite apresenta sintomas mais focados no cólon, como dor abdominal localizada e diarreia com muco ou sangue. Já a enterocolite pode apresentar sintomas mais amplos, como vômitos e comprometimento sistêmico.
Ambas podem ser causadas por infecções, doenças autoimunes ou outras condições, mas com abrangência de intensidade para diferenciar os diagnósticos.
É normal acometer bebês?
De acordo com o médico, é normal sim, especialmente na forma de enterocolite necrosante, que é uma das condições gastrointestinais mais graves em recém-nascidos.
“A condição é rara em bebês a termo saudáveis, mas pode ocorrer. A alimentação enteral e o desequilíbrio na flora intestinal aumentam o risco. O diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações graves”, frisou.
Qual o tratamento?
Nishimura ressaltou que o tratamento depende da causa e da gravidade da doença. Casos leves podem ser tratados com hidratação oral e ajustes na dieta.
Contudo, infecções bacterianas e casos graves, como a enterocolite necrosante, podem necessitar de internação, jejum intestinal, nutrição parenteral e, em situações críticas, cirurgia para remoção de áreas afetadas.
“O acompanhamento médico constante é primordial, para evitar complicações. Procure um médico, ao menor sinal dos sintomas”, alertou.
Fonte: ISTOÉ