Nos últimos dias, o Distrito Federal registrou baixas temperaturas devido ao outono e ao inverno. De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, essa queda pode aumentar em até 20% a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Isso acontece porque a sensação de frio eleva a pressão arterial, uma das principais causas do problema.
De acordo com o especialista em AVC, o médico Victor Hugo Espindola, o corpo humano precisa se manter em uma temperatura constante de 36ºC. Victor explica como funciona o mecanismo do corpo humano em baixas temperaturas e o que pode motivar o AVC durante esse período mais frio. “Quando as terminações nervosas da pele se ressentem com o frio, estimulam a produção de uma substância que acelera o metabolismo para evitar a perda de calor, a catecolamina. Esse mecanismo faz com que as paredes dos vasos sanguíneos se contraiam e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue.”
Victor também explica que no frio as pessoas mudam alguns hábitos que tinham, como beber água com mais frequência, o que pode ser um aliado para esse tipo de problema. “Além disso, como sentem menos sede no frio, as pessoas acabam ingerindo menos líquido e desidratam. Sangue mais denso e viscoso coagula mais facilmente, o que colabora também para o aumento da pressão sanguínea.”, complementa o médico.
Segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, após a redução de mortes por covid-19, o AVC voltou a ser uma das principais causas de óbitos do país. Já entre as doenças cardiovasculares, o acidente é a principal causa de morte, sendo responsável por 10% de todas elas.
O especialista explica ainda que a prevenção não pode ocorrer apenas no período mais propício para o acidente, mas sim durante todo o ano. De acordo com ele, as pessoas precisam fazer mais atividades físicas e cuidar melhor da saúde para evitarem, não só o AVC, mas outras doenças.