Na última terça-feira (2), foi comemorado o Dia da Cultura Nordestina e o Distrito Federal (DF) deve muito às pessoas que vieram dos nove estados do Nordeste. Segundo a mestra em Cultura e História, Cosma Silva de Araújo, a migração da população nordestina rumo ao Centro-Oeste aconteceu, principalmente, durante a construção da Capital do Brasil e foi resultado da seca, da falta de trabalho e da busca por melhores condições de vida.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 1960, a população do DF era de 141.742 pessoas. Hoje, Brasília, com base na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), conta com mais de 2 milhões e 800 mil pessoas, sendo que 22,32% dos moradores são naturais do Nordeste. A Atividade News, guiada pelos dados, perguntou a uma parte dessa população: O que lhe trouxe à Capital?
A jovem Sarah Sousa, de 22 anos, viu em Brasília uma oportunidade de crescer profissionalmente. “Primeiramente, surgiu o convite para vir para cá. Eu não perdi tempo e abracei essa oportunidade, pois onde eu morava [São Luís] não estava dando certo. Vim atrás de trabalho e também de estudo, pois aqui em Brasília tem muitas oportunidades para a profissão que almejo que é Educação física”, disse Sarah.
Como a Sarah, a estudante de jornalismo, Maria Luisa Martins, deixou a Paraíba em busca de novas perspectivas para o futuro. “ Posso dizer que foi a oportunidade para fazer jornalismo. Não há cidade melhor para praticar o jornalismo do que Brasília. Então, foi a oportunidade de emprego e futuro”, afirmou à equipe da Atividade News.
Apesar do aumento da população do Distrito Federal ter sido positivo em muitos aspectos, o volume de pessoas também gerou problemas como, segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o direcionamento de moradores do Plano Piloto para o que viria a ser a Ceilândia. A professora de história, Sheila Clarisa Gonzaga, salienta essa estratégia como uma forma de xenofobia. “Ceilândia, por exemplo, foi fruto de uma campanha de erradicação”, reforça.
A difusão dessas pessoas não se deu somente na região da Ceilândia, mas também de Taguatinga, Gama, Sobradinho e Guará.
Por Glenielle Alves sob supervisão de Larisse Neves