Após o barco de ajuda humanitária “Madleen” ser interceptado e ativistas sequestrados por comandos de Israel, o Itamaraty exigiu a libertação dos tripulantes ao país nesta segunda-feira (9). Na embarcação, estava o brasileiro Thiago Ávila e outros 11 ativistas, como a sueca Greta Thunberg.
Em nota oficial (completa ao final da matéria), o órgão reiterou o princípio de liberdade de navegação em águas internacionais e a urgência de derrubar o bloqueio para a entrada de ajuda a Gaza. “As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações consulares”, detalhou o Itamaraty.
A interceptação ocorreu nesta madrugada, às 02h da manhã. Em imagens do circuito de segurança do barco, é possível acompanhar quando foram cercados e rendidos por Israel. Segundo a Freedom Flotilla Coalition (Coalizão da Flotilha de Liberdade em português), da qual os ativistas fazem parte, os militares teriam jogado agentes químicos na área antes de entrar no barco.
O time estava na jornada rumo a Gaza desde o dia 2 de junho com mantimentos para o povo palestino. Esta já é a segunda tentativa da coalizão de quebrar os bloqueios de Israel. A primeira atividade aconteceu entre 2023 e 2024 com o barco “Handala”. O objetivo neste período era auxiliar as crianças palestinas.
Sobre a interceptação do barco “Madleen”, o ministro da defesa, Israel Katz, já havia reforçado que nenhuma embarcação passaria pelo bloqueio.
“Institui as IDF a agir para que o regime de ódio ‘Madleen’ não chegue às margens de Gaza- e a tomar todas as medidas necessárias para o fazer. Para a antissemita Greta e seu colega porta-voz de propagando do Hamas digo clareamento: devem voltar atrás, porque não vão chegar a Gaza! Israel agirá contra qualquer tentativa de quebrar a quarentena ou ajudar organizações terroristas no mar, no ar e na terra”, escreveu Katz no último domingo (8)
Até o momento, não há mais atualizações sobre o paradeiro dos ativistas.
Ativistas a bordo
Dentre os ativistas sequestrados pelas forças de Israel, estão:
Greta Thunberg, Suécia;
Rima Hassan, França/Palestina;
Yasemin Acar, Alemanha;
Baptiste Andre, França;
Thiago Ávila, Brasil;
Omar Faiad, França (jornalista);
Pascal Maurieras, França;
Yanis Mhamdi, França;
Suayb Ordu, Turquia;
Sergio Toribio, Espanha;
Marco Van Rennes, Países Baixos ou Holanda;
Reva Viard, França.
Itamaraty
“O governo brasileiro acompanha com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen, que se dirigia à costa palestina para levar itens básicos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e cuja tripulação, composta por 12 ativistas, inclui o cidadão brasileiro Thiago Ávila.
Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos.
Sublinha, ademais, a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante.
As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.

