A funcionária terceirizada da Escola Classe 10 de Ceilândia, no Distrito Federal, que caiu do alto de uma escada morreu na manhã deste sábado (24). A informação foi confirmada pela família da vítima e pela Polícia Civil.
Sandra de Souza Marinho tinha 41 anos e caiu de uma altura de 4 metros, no dia 16 de fevereiro, enquanto limpava o toldo da escola com um jato de água. A mulher não usava equipamentos de segurança.
Vanessa Ferreira, sobrinha da Sandra, falou à TV Globo que a tia morreu porque o coração parou. De acordo com ela, os médicos não chegaram a concluir o protocolo de morte cerebral que foi iniciado na quinta-feira (22). Ela morreu por volta das 9h30.
“É revoltante. Infelizmente a gente tá sofrendo muito, muito mesmo. A gente só quer entender o que aconteceu. A gente quer respostas que a gente não tem ainda”, disse Vanessa.
Imagens da câmera de segurança do colégio público mostram o momento da queda. A mulher bateu a cabeça e sofreu convulsões.
Ela foi levada para o Hospital de Base em estado grave. Segundo a família, Sandra trabalhava há 7 anos como auxiliar de serviços gerais e não tem a visão de um dos olhos.
A empresa Real Jg Facilities divulgou nota de pesar e disse a morte trágica de Sandra comoveu a toda a diretoria da empresa, bem como aos colegas de trabalho. “Porém esperamos que ela esteja em paz agora, principalmente diante do grande sofrimento pelo ocorrido”, diz a nota (veja íntegra ao final da reportagem).
Sem equipamentos de proteção
Sandra estava em pé, em cima do toldo de entrada da escola, sem nenhum equipamento de proteção (veja foto acima). A família questiona a falta de EPIs e o motivo da funcionária fazer um trabalho fora da sua função.
O engenheiro civil especialista em Segurança do Trabalho, Loraymer Araújo, ao ver as imagens, afirma que houve vários problemas de segurança:
- Escada não indicada para limpeza de locais mais altos
- Sem planejamento para a realização da atividade
- Sem equipamento de proteção individual
- Sem treinamento
“A partir de 2,5 metros de altura, a pessoa necessariamente tem que trabalhar ancorada. Então deveria ter uma linha de vida. Ancorada de um ponto ao outro, ela tem um cabo de aço ou uma corda, e o colaborador, assim que ele for desempenhar essa atividade, ele vai estar usando essa linha de vida”, diz o especialista.
A limpeza estava sendo feita por Sandra de Souza Marinho, que subiu até a altura do toldo, e por uma outra funcionária, que segurava a escada. No entanto, antes da escada deslizar, a colega de Sandra saiu do local.
Veja íntegra da nota da empresa
“A Empresa REAL JG FACILITIES S/A vem manifestar seu mais profundo pesar em face do falecimento de sua colaboradora Sandra de Sousa Marinho.
Sua morte trágica comoveu a toda a diretoria da empresa bem como aos colegas de trabalho, porém esperamos que ela esteja em paz agora, principalmente diante do grande sofrimento pelo ocorrido.
Diante da Triste notícia, a família Real JG externa as mais sinceras condolências à família e amigos por esta inestimável perda, e continua na firme esperança de que as autoridades responsáveis possam envidar esforços para a apuração das responsabilidades pelo trágico acidente ocorrido”.
Fonte: G1