O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) realizou, na segunda-feira (16), vistorias nas celas do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira. Os dois são investigados por omissão nos atos terroristas ocorridos às sedes dos três poderes, em 8 de janeiro.
Torres está preso, desde sábado (14), no no 4º Batalhão da PM, no Guará, e Vieira segue detido no Regimento de Polícia Montada (RPMon) da corporação. Segundo o MP, “os promotores verificaram que as instalações são compatíveis com uma sala de estado maior, e que os presos não tem nenhum tratamento preferencial”.
“Foram resguardadas medidas de segurança no perímetro de ambas as unidades policiais que estão servindo provisoriamente como local de detenção”, afirma o órgão, em nota.
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Ainda de acordo com o Ministério Público, o acesso aos presos é restrito aos PMs de guarda, aos advogados deles e aos familiares, em dias de visita preestabelecidos. Eles não podem usar dispositivos eletrônicos, terminais de comunicação externo, nem ter contato com outras pessoas.
Torres tem direito à prisão especial por ser delegado da Polícia Federal. Já Vieira recebe o mesmo benefício por ser militar.
Prisão de Anderson Torres
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4º Batalhão da PMDF, onde Anderson Torres está preso — Foto: TV Globo/Reprodução
A prisão de Anderson Torres foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro.
Desde 2 de janeiro, após o fim do governo Bolsonaro, o ex-ministro reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), que chefiou entre 2019 e 2021.
Ele comandava a pasta quando ocorreram a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) por bolsonaristas radicais que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos terroristas bolsonaristas. O ex-ministro nega.
Prisão do ex-comandante da PM
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Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito, coronel Fábio Augusto Vieira — Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
Já o ex-comandante da PM Fábio Augusto Vieira foi preso no dia 10 de janeiro, também por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele era o responsável pela corporação no dia dos ataques terroristas.
Ainda em 8 de janeiro, o presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF. O interventor nomeado, Ricardo Cappelli, retirou Fábio Augusto do comando da Polícia Militar do DF. Para o lugar dele foi nomeado o coronel Klepter Rosa Gonçalves.
Fonte: G1