ONG é investigada por mascarar tráfico de drogas com venda de canabidiol

22 de agosto de 2023 401 visualizações
Postado 2023/08/22 at 9:04 AM

Uma suposta organização não governamental (ONG), com sede em Brasília, é investigada pela venda de drogas. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acredita que a ONG mascarava a prática criminosa com a venda de óleo de canabidiol para uso terapêutico.

Na manhã desta terça-feira (22), policiais da 9ª Delegacia de Polícia cumprem mandados de busca e apreensão no Lago Norte e em São Sebastião, realizam prisões em flagrante e fazem bloqueio de contas bancárias.

Segundo a PCDF, os criminosos faziam ofertas da substância abertamente em redes sociais, bem como atendimentos via WhatsApp. Na chácara de um dos líderes estava sediada a plantação da maconha e o laboratório. A maconha era vendida sem qualquer controle ou supervisão médica e a suposta “terapia” era ofertada a altos custos.

Os elementos de informação comprovaram que essa associação não possuía nenhuma licença para manipulação de maconha, tampouco qualquer autorização para fabricação e distribuição de canabidiol. A própria sede indicada no seu estatuto não existia. Tudo era apenas de uma fachada para a revenda da maconha sob uma camuflagem de terapia.

“O canabidiol é uma substância que possui efeitos terapêuticos cientificamente comprovados, inclusive, já havendo chancela do Judiciário para seu uso. Contudo, não se pode confundir o canabidiol com o THC, bem como iniciarem-se plantações caseiras desautorizadas e exploração comercial lucrativa da substância. Isso não é terapia; isso é tráfico de drogas camuflado”, explica o delegado Erick Sallum.

Os dois chefes presos em flagrante já possuíam antecedentes por tráfico de drogas e viram nessa nova empreitada uma forma de manter sua atividade sob um manto de “legalidade”. Um deles já havia tentado obter um Habeas Corpus preventivo impedindo que a Polícia entrasse em sua casa, tentando induzir o Judiciário a erro, alegando o uso para seu tratamento pessoal. O pedido já havia sido negado pela 2ª Vara de Entorpecentes que percebeu a fraude.

Autoria e Crimes Cometidos

Todos os investigados foram indiciados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro com penas somadas que ultrapassam os 35 anos de reclusão. O crime de tráfico de drogas é um crime hediondo com regime de progressão de pena rigoroso e regime inicial fechado.

“A PCDF deixa o alerta de que a plantação caseira e distribuição pública de qualquer derivado da maconha caracteriza tráfico de drogas. As pessoas que realmente necessitam do canabidiol para tratamento terapêutico devem procurar órgãos autorizados após indicação médica e autorização judicial para posse da substância”, complementa Sallum.

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