A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3), a Operação Meridio. Na ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão.
A investigação teve início no final de 2022, após a notícia de que um servidor ocupante de cargo comissionado no Governo do Distrito Federal (GDF) tinha o poder de indicar pessoas de seu interesse para também ocupar outros cargos comissionados. O investigado exigia como condição para as nomeações, o repasse de parte dos salários, prática criminosa popularmente conhecida como “rachadinha”.
As apurações apontaram que o investigado tinha influência para indicação a cargos públicos em razão de ter ligações com pessoas politicamente relevantes, pois, além de ser ocupante de cargo de Assessor Especial, atuou na campanha de alguns políticos.
De acordo com a delegacia responsável pelo caso, há indícios que oito pessoas foram indicadas pelo Assessor para ocuparem cargos comissionados, dentre as quais se destacam o filho do suspeito e sua empregada doméstica. Ao que tudo indica, os dois não compareciam aos órgãos para onde foram nomeados, possivelmente, se tratando de “funcionários fantasmas”.
As investigações apontam também que as outras pessoas nomeadas por indicação do Assessor Especial compareciam aos seus locais de trabalho, porém recebiam instruções expressas para não cumprirem integralmente suas jornadas. Alguns iam ao órgão apenas uma vez por mês, somente para assinar sua folha de ponto, como é o caso do próprio Assessor Especial.
O principal investigado, para ocultar a origem ilícita do repasse de parte dos salários dos investigados, recebia os valores por intermédio de uma conta bancária de uma empresa em nome de um laranja, da qual é o dono de fato.
As medidas estão sendo cumpridas no Distrito Federal, nas regiões do Plano Piloto, Recanto das Emas e Santa Maria.