Quem chegar por último é a mulher do padre!
Eu aposto que você nunca parou pra pensar no significado literal desse dito popular usado, principalmente, naquela época das nossas brincadeiras de infância.
Pense! Se o padre não casa, quem chega por último simplesmente perde. Nesse caso, ficaria solteira, sem ninguém para casar!
Bem, o fato é que essa frase se enraizou de uma forma bem equivocada em nosso subconsciente onde essa brincadeira de “criança” se tornou algo muito sério a partir do momento que viramos adultos.
O caso é: por que sempre queremos chegar em primeiro lugar? Ou ainda, por que não conseguimos lidar com perdas ou com o fato de alguém demonstrar estar mais preparado para ganhar certos lugares do que nós?
O sistema capitalista contribuiu bastante com o reforço da competitividade dentro da sociedade. Isso porque esse sistema impulsionou as pessoas a acumularem riquezas. Logo, quem tinha mais dinheiro, era, sem dúvida, o mais importante, o mais poderoso e o mais rico. Com isso, a sociedade compreendeu que quem tinha mais patrimônio, teria vantagem, sucesso e importância.
Mas, vamos deixar de lado esse discurso sério e bater um papo aqui de irmã para irmã.
A competitividade no mundo feminino, parece ter crescido um pouco mais se comparado aos demais outros grupos de gênero.
No nosso mundo feminino, não basta apenas chegar em primeiro lugar. Eu “preciso” chegar com perfeição, linda e em um pódio que existe apenas um lugar: o número 1.
Sim, essa guerra entre nós é cruel. E o que é mais cruel ainda é que o resultado de toda essa disputa é um grande presente de tróia: o nosso atraso em preencher os lugares que nos pertencem na sociedade.
O foco em mostrar “quem é a melhor”, ao invés de “no que sou melhor”, provoca uma série de perda de tempo, problemas emocionais e um desgaste energético enorme.
A grande questão é: por quem brigamos por atenção ou para quem queremos mostrar sermos melhores do que a outra? Algum palpite?
É claro que o nosso patriarcado não podia deixar de aparecer nesse texto, né Brasil?!
Sim, ele é um dos responsáveis por nos colocar nesse jogo exaustivo, onde o homem, a figura central do patriarcado, nos coloca como objetos de apreciação e desejo, tornando a nossa vida um ringue brutal de atenção e disputa por quem chegará primeiro e não irá casar com o padre.
Esse assunto, fica para um próximo capítulo!
O objetivo da coluna de hoje é fazer você pensar se precisamos mesmo disso?
Parar pra pensar no tamanho desse mundo, na quantidade de pessoas e nas oportunidades que são possíveis.
Nem se alguém quiser fazer a mesma coisa que uma outra pessoa já faz, seria possível, pois cada indivíduo desse planeta, como o próprio significado da palavra já diz, é único.
Em tudo que fazemos, incorporamos naturalmente a nossa personalidade, crenças, valores, princípios e características únicas que faz com que o resultado seja o exato oposto de que se uma outra pessoa fizesse exatamente a mesma coisa.
Deu pra entender?
Pra que tentar o lugar de um espaço já preenchido se você mesmo pode criar o seu? Sem preguiça mulher! Levanta e busqus o seu espaço que está lá personalizado com seu nome e digital. O seu trono te espera! Assuma o seu próprio reino!
Sendo assim, não há motivos pelo qual precisamos alimentar essa competitividade entre nós. Existe espaço para todo mundo crescer, ganhar dinheiro e alcançar seus sonhos.
Isso fez tanto sentido para mim, que há quase 4 anos, venho investindo tempo e energia para que mais mulheres possam, de certa forma, terem mais sororidade para tornar a nossa convivência mais leve e possível.
O trabalho colaborativo entre mulheres do QG Mulher, alimenta esse propósito, onde começando por mim, modificou a forma com que eu via tudo nesse mundo, e o mais importante, me fez ver as mulheres de outra maneira: como irmãs e não como rivais.
Veja uma “palinha” da minha história e acompanhe os próximos capítulos dessa coluna que te conduzirá nesse profundo mundo feminino e contribuirá com sua evolução como mulher e ser humano.
Por Hisis Hortênia (QG Mulher)