Equipes da Polícia Civil do Distrito Federal cumprem nesta quinta-feira (21) em São Paulo quatro mandados de busca e apreensão e de bloqueios de dezenas de contas bancárias no valor de R$ 500 mil. Os valores estão em contas de suspeitos de participarem de uma associação criminosa especializada em golpes cibernéticos.
O grupo criminoso tinha sede em São Paulo, mas ligava para pessoas de todo o país. No DF, foram registradas pelo menos 12 ocorrências de vítimas do mesmo grupo. O total do prejuízo atinge cerca de R$ 500 mil.
Os bandidos afirmaram que integravam as Centrais de Segurança de bancos. Após ludibriar as vítimas, as induziam a acessar sites clonados que possuíam exatamente o mesmo layout das páginas oficiais dos bancos. Nesses sites clonados, as vítimas faziam download de suposto antivírus
que em verdade era um malware denominado GhostRat. Referido malware fornecia acesso remoto permanente aos celulares das vítimas, permitindo acesso constante aos aplicativos bancários e todo o conteúdo do aparelho, inclusive documentos, conversas, fotos e vídeos.
Com o controle do celular da vítima, passavam a efetivar saques e transações financeiras. Com as informações obtidas a partir da apreensão de computadores e celulares dos criminosos, a investigação irá avançar com o objetivo de localizar eventuais outros membros envolvidos com essa dinâmica criminal.
EPIDEMIA DE GOLPES DIGITAIS.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 mostram que os golpes virtuais estão se tornando uma epidemia silenciosa, com 208 fraudes cometidas a cada hora no último ano. No total, foram 1.819.409 estelionatos, um aumento de 326,3% desde 2018.
Os criminosos foram indiciados por fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Recebemos todos os dias dezenas de comunicações de golpes eletrônicos. A população deve redobrar a atenção com contatos via aplicativos de mensageria, bem como ligações, uma vez que
os criminosos conseguem inclusive clonar as binas dos telefones”, explicou o delegado Erick Sallum.