Nesta manhã, equipes da 9ª DP cumprem três mandados de
busca e apreensão em endereços localizados em Goiânia e Tocantins. A 1ª Vara
Criminal de Brasília, atendendo representação da autoridade policial, também
concedeu ordens de sequestro de valores em todas as contas usadas pelo grupo
criminoso.
Os alvos são criminosos envolvidos numa série de golpes
pelo WhatsApp. As vítimas, em sua maioria, pessoas da terceira idade, foram
ludibriadas em conversas pelo aplicativo WhatsApp e induzidas a fazer depósitos
via PIX para os criminosos. Nas conversas os criminosos usavam contas com fotos
dos parentes das vítimas e demonstravam conhecer detalhes da dinâmica familiar,
por isso, o diálogo era convincente o suficiente para enganar as vítimas. Uma delas
chegou a fazer 3 depósitos, totalizando um prejuízo de cerca de R$ 20.000,00,
percebendo o golpe apenas quando foi solicitado um quarto depósito. Com as
buscas e apreensões de dispositivos eletrônicos tem-se o objetivo de descobrir
ainda outras vítimas possivelmente espalhadas pelo território nacional, bem como
outros elementos envolvidos no golpe.
Tem-se percebido uma progressiva sofisticação desses
golpes. Os criminosos tem selecionado seus alvos pela faixa etária e pelo padrão
social. Antes de iniciar os contatos, buscam conhecer bem a rotina familiar por
meio de pesquisas nas redes sociais e mesmo comprando pacotes de dados na
internet. Também tem se optado a selecionar vítimas de outros estados justamente
para dificultar o processo investigativo. No presente caso, o responsável pelo envio das mensagens residia em Tocantins e os indivíduos responsáveis por receber o
dinheiro em Goiânia.
Num dos celulares encontrados, foi descoberto 3 listas de
transmissão. Cada uma com cerca de 150 participantes, totalizando mais de 450
pessoas. Essas listas de transmissão são usadas para buscar pessoas que tem
interesse em alugar suas contas correntes para receber os valores desviados das
vítimas. Geralmente recebem 10% dos valores, o resto é sacado e entregue aos
verdadeiros golpistas. Todas as pessoas identificadas que tenham emprestado suas
contas serão responsabilizadas pelo crime de lavagem de dinheiro. As pessoas que
estão “alugando” suas contas bancárias para funcionar como primeiro porto do
numerário desviado devem saber que estão cometendo crime. Com efeito, o crime
de lavagem de dinheiro (3 a 10 anos de reclusão) possui pena superior ao da
própria fraude eletrônica (4 a 8 anos).
Essa já é a quarta operação deflagrada pela 9ª DP somente
neste ano sobre essa mesma espécie de crime que tem se tornado endêmica não só
no DF, mas em todo o país. A população deve ficar alerta e ter a certeza da
confirmação com quem está conversando antes de efetivar depósitos.
Todos os envolvidos foram indiciados pelos crimes de fraude
eletrônica, lavagem de dinheiro e associação criminosas com penas somadas que
podem alcançar os 26 anos de reclusão. A 9ª DP orienta a comunidade do LagoNorte a registrar uma ocorrência caso também tenha caído no golpe e reconheça as
o estilo das mensagens enviadas e contas usadas para o depósito.
Fonte: Assessoria de comunicação PCDF