Professora com transtorno do espectro autista usa experiência de vida para ensinar sobre diversidade no DF

Sara Borges desenvolveu a fala aos 10 anos. Hoje, aos 37, usa voz para ensinar alunos da rede pública da capital.

28 de março de 2024 91 visualizações
Postado 2024/03/28 at 2:03 PM
Sara Borges é professora da rede pública de educação do DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Sara Borges desenvolveu a fala aos 10 anos por causa do autismo nível 2 — em uma escala que vai de 1 a 3. Atualmente, aos 37 anos, ela usa a voz para ensinar alunos da rede pública do Distrito Federal.

“Quando eu era criança era difícil me comunicar com as pessoas, falar o que eu sinto. Eu sofria muito bullying na escola e não tinha empatia. Eu pensava ‘quando eu crescer, quero ser professora porque eu quero mudar essa realidade'”, conta Sara.

Esse é o primeiro emprego da Sara, aprovada para o concurso de professora da Secretaria de Educação. Além do conteúdo programado, ela aproveita a influência dentro de sala para ensinar sobre tolerância, diversidade e respeito às diferenças.

Sara Borges é professora da rede pública de educação do DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Sara Borges é professora da rede pública de educação do DF — Foto: TV Globo/Reprodução

No início do mês de março, na semana de conscientização e promoção da educação inclusiva, a professora preparou atividades para que os alunos vivenciassem na pele como é ter algum tipo de deficiência. Os alunos aprovaram.

“A maioria do que a gente faz dentro da sala de aula, a gente faz com muitas brincadeiras. Diferente de todas as professoras, ela presta mais atenção em nós, faz aulas mais divertidas”, afirma Marina Sofia, de 9 anos.

“Ela é muito divertida. Faz um monte de experimentos e umas aulas muito divertidas”, concorda Isaac Alves, também de 9 anos.

A coordenadora da Escola Classe da Asa Sul, no centro de Brasília, Jeane Lima, diz que os ensinamentos de Sara vão além da sala de aula.

“A gente poder ver onde a Sara chegou é um exemplo para nós, para os pais da escola e para os professores. A Sara é incrível. Ela consegue ter um domínio de turma, acessar o coração das crianças. Isso, em uma sala de aula, é super importante”, diz Jeane.

Sara não está sozinha nessa jornada pela diversidade. Segundo a Secretaria de Educação, na rede pública são mais de 30 mil alunos com deficiência. Desse total, são quase 9 mil com transtorno de espectro autista.

Fonte: G1

Tag
Compartilhar esse Artigo
Pesquisar