Uma quadrilha interestadual de drogas foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta quinta-feira (19). O grupo fazia o transporte do entorpecente de São Paulo para o Distrito Federal em caminhões. Para disfarçar, ocultava malas com cocaína e skunk misturadas a uma carga de flores e plantas.
A ação foi encabeçada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). A PCDF recebeu o apoio da Polícia Civil dos Estados do Paraná, São Paulo e Goiás e da Polícia Rodoviária Federal.
Foram expedidos 23 mandados de prisão temporária (três em São Paulo, um em Goiânia, um em Valparaíso e os demais no DF) e 46 mandados de busca e apreensão, nas seguintes cidades: Ceilândia, Samambaia,Taguatinga, Gama, Guará, Águas Claras, Valparaiso, Goiânia, Foz do Iguaçu e São Paulo. Foi autorizado, ainda, o bloqueio na conta dos investigados até R$ 10 milhões, em relação a pessoas físicas e R$ 100 milhões, em relação a pessoas jurídicas.
Investigação
O grupo é estruturalmente ordenado e caracterizado pela divisão de tarefas. O início da investigação ocorreu no final do ano passado tendo como ponto de partida a localização de uma mala abandonada com 29 quilos de cocaína. As investigações, realizadas até o momento, evidenciam que o líder do grupo é um homem, de 49 anos. A companheira do líder, de 36 anos, é principal operadora financeira.
A estrutura empresarial contava com um núcleo familiar responsável pelos recebimentos dos valores obtidos com a venda das drogas, composto por dois irmãos (35 anos e 28 anos), já presos anteriormente por tráfico de drogas, a companheira de um deles, de 31 anos, e a mãe, de 47 anos. Além deste núcleo central, o grupo conta com ao menos três gerentes responsáveis pela distribuição da droga (47, 45 e 39 anos). Um outro integrante, de 45 anos, era o responsável pelo transporte da droga de São Paulo para o Distrito Federal. Foi identificada ainda uma das fornecedoras de droga, residente em São Paulo, de 46 anos. Os demais investigados se referem a pequenos traficantes e “testas de ferro” envolvidos com o grupo criminoso.
Foram identificadas quatro empresas de fachada, sendo três em São Paulo e uma
no Distrito Federal. Essas empresas são utilizadas pelo grupo para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Uma das empresas de São Paulo movimentou R$ 199 milhões nos últimos dois anos.