Respeito às tradições é estratégico em negociações no mercado árabe

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© Marcelo Camargo/Agência Brasi

Empresas brasileiras que queiram exportar para o mundo árabe devem dedicar atenção especial ao consumidor em questão. No caso dos Emirados Árabes, os possíveis parceiros comumente falam dois ou mais idiomas, prezam pela sustentabilidade dos produtos e têm uma forte bagagem internacional. Um olhar que leva em consideração as tradições islâmicas é considerado um diferencial nessas negociações.

A certificação Halal tem como base o conceito islâmico que diz que é possível consumir tudo o que é permitido por Deus. O selo é conferido a produtos manufaturados em um processo produtivo que respeita as tradições do islamismo. Para o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, a estratégia é fundamental no processo de negociação com o mundo árabe.

“É importante ter um posicionamento de marca que transmita respeito às tradições locais”, reforçou o embaixador, durante a abertura do seminário Como fazer negócios com os Emirados Árabes. O evento integra a agenda de uma delegação de cerca de 300 empresários brasileiros na Expo 2020 Dubai.

Sangue árabe

O presidente da Câmara de Comércio Brasil-árabe, Osmar Chohfi, durante abertura do seminário empresarial Brasil-Emirados Árabes Unidos.

O  presidente  da  Câmara  de  Comércio  Árabe-Brasileira,  Osmar  Chohfi  –  Marcelo  Camargo/Agência  Brasil

Dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira indicam que cerca de 6% da população brasileira, algo em torno de 12 milhões de brasileiros, têm alguma participação do que Chohfi chama de sangue árabe. “Isso conta muito quando se vai fazer negócio com os países árabes”, afirmou Chohfi.

“Essas associações à imagem do Brasil são importantes nos seus esforços de marketing porque certamente terão influência na conquista de clientes e na simpatia deles por produtos e serviços. É importante desenvolver uma marca que está baseada nas peculiaridades das nossas tradições e naquilo que nós, brasileiros, somos”, completou.

Segundo o embaixador, na cultura negocial árabe, tão importante quanto efetivar a transação é constituir uma relação de confiança na parceria. Como nós, latinos, os árabes gostam da relação olho no olho. Os encontros presenciais, entretanto, ficaram fortemente comprometidos em meio à pandemia. “Agora que estamos retomando a normalidade, essa relação presencial e pessoal entre empresários, para os árabes, é muito importante”, concluiu.

*A repórter viajou a convite da Apex-Brasil

Fonte: Agência Brasil

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