Depois de decisão da 3ª Vara Federal Cível Seção Judiciária do Distrito Federal que proibiu o setor de enfermagem em atuar na inserção do DIU, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Regional (Coren-DF) recorreram à sentença e ganharam seus direitos de volta. O juiz Bruno Anderson, responsável pelo caso, reconsiderou a situação ao ver que a ação iria “limitar o acesso” ao tratamento de mulheres em situação de vulnerabilidade. A decisão foi comemorada pelo Cofen nesta quarta-feira (29).
“A lei do exercício profissional prevê essa competência da Enfermagem, existe resolução normatizando a conduta e a prática mostra que enfermeiras e enfermeiros obstetras realizam o procedimento com segurança, competência e acuidade técnica. Portanto, temos que comemorar essa vitória”, afirmou o presidente do Coren do DF, Elissandro Noronha.
Essa discussão foi levantada quando o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) apresentou uma ação contra o setor de enfermagem no dia 21 de março. De acordo com o CRM-DF na época, a colocação do DIU seria uma ação exclusiva dos médicos por se tratar de um método invasivo. No caso, pediram respeito pelos seus profissionais.
A Atividade News entrou em contato com a obstetra do Hospital Anchieta, Renata Gobato, para entender a complexidade da colocação do DIU. Ela explica que é um procedimento de complexidade média e está sujeito a riscos se não for operado de forma correta como:
- Perfuração uterina;
- Queda de pressão e frequência cardíaca;
- Sangramento vaginal;
- Dores intensas.
“Todas essas complicações exigem que o profissional que realiza a inserção saiba também conduzir e tratar”, afirmou Renata. Essa relação advém por conta do procedimento ser feito sem a visualização do profissional. “Temos que primeiramente retificar o útero e ultrapassar o colo uterino, então realizamos a medição do útero e depois a inserção do dispositivo”, completou a especialista.