Falar, andar e se expressar como se fazia no século XIX: esses são alguns quesitos levados em conta em um concurso que busca encontrar um sósia de Machado de Assis. A competição está marcada para quinta-feira (12), na Biblioteca Central da Universidade de Brasília (UnB).
Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira, foi escritor, poeta, dramaturgo e jornalista brasileiro. De romances a crônicas, o autor soma mais de 740 produções (leia mais sobre o autor abaixo).
Isabela Leite, da Biblioteca Central da UnB, conta que a ideia da competição surgiu logo após o concurso de sósia de Selton Mello viralizar nas redes sociais. 💡
“Pensamos em priorizar o carisma e a criatividade. Não basta apenas ser parecido [com Machado de Assis], queremos inovação”, conta Isabela.
Três juradas vão usar critérios personalizados para avaliar a criatividade dos candidatos. Além da vestimenta, o júri também vai levar em consideração o “eu lírico machadiano”, ou seja, o português do autor.
“O participante tem que falar algo super moderno, como: ‘Estou morrendo de sono’, usando o estilo rebuscado de Machado de Assis, diz Clara Moraes, uma das organizadoras do concurso de sósias.
👉Quer um exemplo, para falar que está com sono ao estilo “machadiano”❓
“Sinto-me acometido por um imenso cansaço que me lança nas garras do sono, quase como um abismo existencial”, ajuda Clara Moraes.
📌As inscrições devem ser feitas na quinta-feira (12) na própria biblioteca, na Asa Norte, em Brasília. A competição está marcada para 13h.
📖O vencedor ganha uma edição capa dura do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, um dos vendidos do autor.
Quem foi Machado de Assis
Machado de Assis nasceu em 1839, cresceu em uma família simples no Rio de Janeiro. O pai era um pintor, Francisco José de Assis, e a mãe, a lavadeira Maria Leopoldina.
O carioca tímido e reservado iniciou a carreira na literatura em 1855, quando começou a trabalhar como tipógrafo, tendo seu primeiro romance “Ressureição”, publicado em 1875. Mas, mesmo sendo bem avaliado pelos críticos, o ele somente consolidou o reconhecimento no mundo literário a partir da publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas.
📚As obras de Machado de Assis foram traduzidas para mais de 20 línguas.
Para o mestre em literatura pela UnB, Guilherme da Silva, a obra do autor é atemporal e, mesmo sendo publicado há mais de trinta anos, ainda reflete as mesmas mazelas da sociedade atual.
“Machado de Assis consegue falar sobre a essência do ser humano ainda hoje, no século XXI. A obra do Machado, a cada redescoberta, propõe uma nova reflexão, um novo ensinamento e um novo mundo para o qual ele nos direciona”, diz Guilherme.
Fonte: G1