Tribunal de Belarus condena vencedor do Nobel da Paz a 10 anos de prisão

Ales Bialiatski foi um dos vencedores da última edição do prêmio. Ele estava detido desde 2020 por conta das manifestações populares contra as eleições naquele ano.

Foto: Vitaly PIVOVARCHIK / BELTA / AFP

Um tribunal de Belarus condenou nesta sexta-feira (3) o ativista pró-democracia Ales Bialiatski, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2022, a 10 anos de prisão, informou sua organização de defesa dos direitos humanos.

A ONG Viasna afirmou que outros dois ativistas julgados ao lado de Bialiatski, Valentin Stefanovitch e Vladimir Labkovitch, foram condenados a nove e sete anos de prisão, respectivamente.

Os três foram detidos e encarcerados após protestos em massa nas eleições de 2020 que deram ao presidente autoritário Alexander Lukashenko um novo mandato. Lukashenko – no cargo desde 1994 – reprimiu a oposição e reprimiu a mídia independente.

Policiais prendem estudante durante protesto em Minsk, Belarus, em setembro de 2020 — Foto: Radio Free Europe/Radio Liberty via AP
Policiais prendem estudante durante protesto em Minsk, Belarus, em setembro de 2020 — Foto: Radio Free Europe/Radio Liberty via AP

Bialiatski, de 60 anos e fundador da Viasna em 1996, e os outros dois ativistas foram acusados de financiar “atividades que violam gravemente a ordem pública”, segundo a ONG.

A líder opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya criticou a condenação. “Devemos fazer todo o possível para lutar conra esta injustiça vergonhosa”, escreveu no Twitter.

Bialiatski venceu o Nobel da Paz por sua defesa dos direitos humanos. Ele dividiu o prêmio com a ONG russa Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis.

5 de setembro de 2020 - Mulher segura cartaz durante protesto contra os resultados oficiais das eleições presidenciais, em Minsk, Belarus — Foto: AP Photo
5 de setembro de 2020 – Mulher segura cartaz durante protesto contra os resultados oficiais das eleições presidenciais, em Minsk, Belarus — Foto: AP Photo

Os protestos de 2020 persistiram por vários meses, a maior onda de protestos a atingir a Bielorrússia, e as autoridades tomaram medidas duras. Mais de 35.000 pessoas foram presas e milhares foram espancadas pela polícia.

As acusações contra Bialiatski e seus colegas estavam relacionadas ao fornecimento de dinheiro de Viasna a prisioneiros políticos e ao pagamento de seus honorários advocatícios.

Fonte: G1

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