De onde vem o termo “Quaresma”?

28 de fevereiro de 2023 485 visualizações
Postado 2023/02/28 at 10:08 AM

Quando você pensa em ‘quaresma’, você pensa em quê? Há quem pense em algo relacionado à dieta ou à melhoria em determinados hábitos pessoais. De alguma forma, as pessoas costumam praticar algum sacrifício durante o período de Quaresma, em busca de alguma evolução pessoal. Mas vocês já pensaram na origem do vocábulo ‘quaresma’?

Na língua portuguesa, há um fenômeno muito bonito de formação de novas palavras chamado ‘derivação’. Por meio desse fenômeno, surgem palavras derivadas, como: ‘saleiro, oriundo de sal’, ‘jornalista, oriundo de jornal’, ‘infeliz, oriundo de feliz’.

No caso do termo ‘quaresma’, a origem se dá no latim ‘quadragesima’, que significa ‘quadragésimo’. Esse termo era usado para se referir ao período de quarenta dias que precede a Páscoa, que é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo no cristianismo. Observe que ‘quaresma’ tem o mesmo radical, a mesma origem que a palavra ‘quarenta’.

A quaresma é um período importante para os cristãos, pois é um momento de reflexão, penitência e renovação espiritual. Durante esses quarenta dias, muitos fiéis optam por se abster de certas coisas, como carne, álcool ou redes sociais, como forma de sacrifício e devoção.

Mas a palavra ‘quarenta’ dá origem a outro vocábulo muito conhecido por todos nós: ‘quarentena’. Esse vocábulo tem origem no italiano “quarantena”, que significa “período de quarenta dias”. Essa palavra foi cunhada durante o século XIV, durante a pandemia de peste bubônica que assolou a Europa.

Naquela época, os governantes italianos determinaram que todos os navios que chegavam aos portos deveriam ficar em quarentena por um período de quarenta dias, como forma de prevenir a propagação da doença. Esse período era baseado na crença de que a peste tinha um período de incubação de quarenta dias e que as pessoas infectadas poderiam ser identificadas após esse período de isolamento.

Com o tempo, a prática da quarentena se espalhou por toda a Europa e tornou-se uma medida padrão para combater epidemias. A ideia era que, ao isolar as pessoas suspeitas de estarem doentes, era possível prevenir a propagação da doença para o resto da população. Esse termo foi muito empregado no recente período em que o mundo vivenciou a COVID-19.

Se você observar direitinho, hoje, o termo ‘quarentena’ já não se restringe aos limites dos quarenta dias. Na pandemia da COVID, nossa ‘quarentena’ já passou a designar ’14 dias’.

Assim é a nossa língua: viva, mutável, vigorosa e vibrante. Palavras nascem, outras morrem. O que não pode morrer é a curiosidade por aprender coisas novas.

Prof. Fabrício Dutra

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